Empresários são suspeitos de integrar esquema ilegal
Uma operação deflagrada em Altamira, no Pará, na manhã desta quarta-feira, 4, teve reflexos imediatos na região de Porto União. A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de prisão, de condução coercitiva e de busca e apreensão em cinco cidades de três estados. A operação foi realizada nos municípios de Uruará, Placas, Rurópolis, Santarém e no distrito de Castelo dos Sonhos, em Altamira, todos no oeste paraense, em Porto União, na capital do Paraná, Curitiba e União da Vitória.
Cerca de 40 policiais federais cumpriram dez Mandados de Condução Coercitiva, quando a pessoa é levada pela polícia para depor, onze mandados de sequestro de bens e valores, além de seis Mandados de Busca e Apreensão em empresas e casas pertencentes aos investigados e a suspensão das atividades empresariais das empresas envolvidas no esquema criminoso. A PF não divulgou os nomes dos envolvidos de União da Vitória e Porto União.
A OPERAÇÃO
Segundo a PF, a Operação Anhangá Arará, visa desarticular uma quadrilha responsável pela extração ilegal de madeira na Terra Indígena Cachoeira Seca, no oeste paraense. A estimativa é que o esquema criminoso tenha causado cerca de R$ 897 milhões em danos ambientais. A investigação iniciou como resultado do relatório da Operação Cachoeira Seca, realizada pelo IBAMA, que apontou que o local estava sendo alvo de exploração ilegal de madeira por madeireiras clandestinas. Durante a apuração do caso, foi identificado um grupo empresarial de uma família, responsável pela coordenação da extração ilegal de madeira em áreas protegidas e por escoar a madeira para as empresas do grupo familiar.
O grupo fraudava créditos florestais, além de utilizar Planos de Manejo Florestal de “fachada”. Após isso, a madeira era transmitida entre empresas do grupo até ser exportada por meio de portos de Belém e do Sul do Brasil, como os constantes na cidade de Itajaí e Paranaguá. O destino da madeira abrange os continentes Americano (EUA, Panamá, Argentina), Europa (França, Reino Unido, Alemanha) e Ásia (Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul).
NOME INSPIRADO
O nome Anhangá Arara significa proteção à morada dos índios, afetada pelas ações dos investigados. Anhangá é o espírito protetor da natureza, figura pertencente ao folclore indígena, enquanto Arara são os povos indígenas que habitam a Terra Indígena Cachoeira Seca, encontrando nela uma nova morada após quase serem extintos no século passado.