Os desafios da Saúde para Canoinhas e o Estado

Beto Passos priorizou pasta, mas valor gasto não é suficiente para cobrir demanda

 

 

DESAFIOS

Prefeito de Canoinhas, Beto Passos (PSD) priorizou a Saúde em seu mandato. Isso é fato e pode ser comprovado por números. Como mostrou reportagem do JMais,  Passos cortou investimentos em obras de infraestrutura e aumentou em saúde, educação e ação social. O orçamento cresceu R$ 6 milhões em dois anos somente para a Saúde.

 

 

O reflexo disso é possível sentir em mais médicos nos postos de saúde, um terceiro médico no Pronto Atendimento e mais recursos destinados ao Hospital Santa Cruz (apesar de todos os dilemas jurídicos e verborrágicos pelo caminho). Houve ainda a inauguração de dois novos postos de Saúde (ambos com obras iniciadas no governo Beto Faria).

 

 

Mas se os recursos aumentaram, por que tem gente reclamando dos serviços?

 

 

Há duas respostas: uma simples e outra mais complexa. Para quem não terá paciência de ler esse texto até o fim, vamos à resposta simples: nunca haverá dinheiro o suficiente para cobrir todas as demandas da Saúde, seja em Canoinhas, seja em qualquer outro lugar do Brasil. Não digo do mundo, porque desconheço a realidade de outros países, mas desconfio que seja a realidade da maioria das cidades. No Brasil, a cada dia tem um exemplo na mídia.

 

 

A resposta complexa começa com a falta de recursos, mas encontra vários desdobramentos que vão dos conflitos entre médicos e gestores, passa pela impaciência do paciente, a intolerância do profissional e encontra seu ápice no complicadíssimo e falido SUS.

 

 

Veja o caso do fim das filas em postos de saúde, alardeado por Passos como seu grande feito. De fato, resolveu um problema que parecia insanável em Canoinhas: pessoas doentes tendo de acordar  5 da manhã para esperar o posto abrir a fim de garantir uma consulta médica. Porém, há uma grita nas redes sociais por um efeito colateral da medida positiva. Pacientes reclamam que levam meses para agendar a consulta. Para piorar, há quem marca e não vai, ou porque melhorou ou porque decidiu pagar uma consulta particular. De raiva, não avisa o posto que não vai à consulta.

 

 

 

O Remédio em Casa é outra medida positiva, porém, por vários momentos faltou medicamento na Farmácia Básica. O paciente que vai à Farmácia questiona: “Entregam remédio em casa, mas na Farmácia Básica está faltando medicamento?”.

 

 

O terceiro médico do Pronto Atendimento, outra ótima medida, parece ter tido pouco efeito ao paciente que acha sempre que seu caso é mais grave que o outro. Ao demorar para ser atendido, vai às redes sociais e critica o trabalho de toda a equipe, ignorando que, talvez, um caso mais grave esteja sendo atendido naquele momento. Por vezes, os dois médicos de plantão ficam ociosos e, de repente, os pacientes se avolumam (há relatos de que logo depois da novela das 9 e da rodada do Brasileirão o fluxo aumenta consideravelmente), levando às inevitáveis reclamações.

 

 

A falta de médico pediatra, recentemente, foi outro pomo da discórdia entre a administração municipal e o eleitorado. Foi a quarta vez em menos de dez anos que o Hospital Santa Cruz e o PA ficaram sem pediatra de sobreaviso só nos últimos dez anos. Peça rara no organograma médico, o profissional da área sabe do seu valor e tende a dificultar a negociação com o Município. Se Passos concretizar, a partir do mês que vem, o plantão presencial, não só resolve um problema como faz um significativo avanço na questão.

 

 

Muito do que se faz em Canoinhas e os mais de 5 mil municípios brasileiros na área da Saúde é com recursos próprios. A União faz os repasses compulsórios, mas se comparar o custo real dos procedimentos médicos à tabela SUS, é risível. Já o Estado, de Santa Catarina especialmente, está se tornando especialista em calote.

 

 

Coloque a todos estes problemas uma pitada de relações humanas e o caldeirão começa a ferver. Indignados com o que julgam injusto, pacientes não suportam esperar e xingam o atendente, que por sua vez, não fica por baixo e responde no mesmo tom. Há queixas de pacientes que são mal atendidos por funcionários que, dizem, são mal educados. Quem tem razão? Taí mais um ponto de extrema complexidade.

 

 

ESTADO

Ainda falando em Saúde, o presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia (PSD) fez o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) rir amarelo ao apresentar um plano para subsidiar a dívida do Estado com os Municípios. Conforme o colunista do Diário Catarinense, Upiara Boschi, a equipe jurídica do Governo vai fazer de tudo para desqualificar o projeto. Moisés, claro, se tocou de que a Assembleia está tomando a frente de uma responsabilidade sua, dada a sua inércia.

 

 

O Estado deve mais de R$ 1 milhão ao Hospital Santa Cruz de Canoinhas.

 

 

Outra questão importante, que foi alvo de reportagem do Diário Catarinense nesta semana, é o custo que representa as ações judiciais para compra de medicamentos. O Estado investiu R$ 184,6 milhões em 23,5 mil pacientes que entraram na Justiça e ganharam o direito de terem bancada pelo Estado a compra de medicamento de altíssimo custo.

 

 

A escolha de Sofia: gastar R$ 184 milhões com milhões de catarinenses em medicamentos de baixo custo ou com 23,5 mil catarinenses em medicamento de altíssimo custo?

 

 

 

Taí mais um belo dilema da Saúde.

 

 

LENTAMENTE

O presidente da Câmara de Três Barras, Fabiano Mendes, o Bano, tem um modo muito peculiar de falar. Das frases que diz, escolhe sempre uma palavra para soletrar. De repente engrena uma quinta para logo em seguida voltar ao ponto morto. Colegas dizem que já se acostumaram com o jeito paciencioso do colega.

 

 

PR EM DECOMPOSIÇÃO

Os atritos entre Beto Passos (PSD) e Renato Pike (PR) tem levado a uma ameaça de fuga em massa do PR. O primeiro a ir para os hostes do PSD seria Nilson Cochask, que já assumiu a pasta do Desenvolvimento Econômico, cota do PSD no governo.

 

 

Célio Galeski e Coronel Mario Erzinger seriam os próximos a analisar a possibilidade de deixar a sigla. Está aberta a temporada de trocas partidárias de olho nas eleições do ano que vem.

 

 

 

PRÉ-CANDIDATO

Gugo abraçado à deputada Paulinha/Divulgação

O PDT começou nesta quinta-feira, 9, o processo de estruturação do partido para as eleições de 2020 em Três Barras. O empresário Ricardo Cornelsen, o Gugo, esteve no gabinete da deputada estadual Paulinha (PDT) na Assembleia Legislativa e foi oficializado por ela como pré-candidato a prefeito no ano que vem. O anúncio marca a formação oficial da legenda no município, que agora vai trabalhar para consolidar o projeto e ir em busca de composições com outras siglas.

 

 

 

EMBRAPA

Nesta sexta-feira, 10, o diretor executivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Cleber Oliveira Soares, esteve em Canoinhas para acompanhar a posse do novo gerente da Unidade de Canoinhas, Nelson Pires Feldberg.

 

 

O evento foi prestigiado por outros quatro dirigentes de centros de pesquisas do Rio Grande do Sul, Paraná e Brasília.

 

 

Soares,  disse em entrevista ao repórter Biluka que “é essencial e cada vez mais necessário o setor produtivo unir os esforços para poder avançar no desenvolvimento de cadeias produtivas que são importantes para a sociedade brasileira”, ressaltando que a unidade de Canoinhas já se destaca na área de pesquisa na produção de batatas e ressalta que é referência para o Brasil, uma vez que o clima da região favorece diversas pesquisas na área.

 

 

 

FÓRUM

Sob a coordenação do deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB), o Fórum Parlamentar Catarinense realizará encontros regionais para discutir pautas prioritárias. A agenda pelo Estado começa nesta segunda-feira, 13, com uma audiência pública em Florianópolis para discutir a incorporação da Eletrosul pela empresa CGTEE – Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica.

 

 

Nos próximos dias o Fórum passa por Araquari, Criciúma e Chapecó.

 

 

 

PARECER FAVORÁVEL

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB/SC) que unifica as eleições no país, teve parecer favorável do relator na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC). Conforme o texto apresentado pelo deputado Valtenir Pereira (MDB/MT), a PEC é constitucional.

 

 

O próximo passo da tramitação depende do presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL/PR). A PEC 56/19, apresentada por Peninha, foi apensada à PEC 376/09, numa manobra para dar mais musculatura e rapidez ao andamento da proposta. “Juntamos três textos que tratam do mesmo tema, trouxemos mais parlamentares para o debate e pulverizamos o protagonismo entre eles”, explica o autor.

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