Na tarde de segunda-feira, 18, pacientes e profissionais de saúde do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Canoinhas, percorreram as ruas da área central do município com cartazes para lembrar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Ações deste tipo aconteceram em diversas cidades brasileiras, buscando a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos tradicionais por serviços abertos de tratamento e formas de atenção dignas e diversificadas para atender as diferentes formas de problemas mentais.
A equipe do Caps passou pela prefeitura de Canoinhas, onde agradeceu o apoio do poder público na área de atendimento psicossocial. O vice-prefeito de Canoinhas, Wilson Pereira, ressaltou a importância da luta antimanicomial. “É importante informar à sociedade que o portador de transtorno mental, seja aquele decorrente ou não do uso prejudicial de álcool e outras drogas, deve ser tratado fora dos hospitais psiquiátricos, dos manicômios”. Pereira disse ainda que a prefeitura dá o suporte para que os trabalhos sejam desenvolvidos da melhor maneira. “Canoinhas vai ter a primeira sede do Caps no estado, com investimento que ultrapassa os 400 mil reais, vindo de emenda parlamentar do deputado federal Mauro Mariani e contrapartida da prefeitura” enfatiza Pereira.
A coordenadora do Caps, Viviane Stange, comentou sobre a luta cotidiana enfrentada pelos pacientes. “É uma luta diária para os militantes da saúde mental, aqueles que acreditam que a loucura tem sim seu espaço na comunidade onde vive”, disse. A coordenadora ainda lembrou da luta para garantir os direitos do usuários do Caps. “Não acreditamos que uma pessoa possa ser tratada em espaço segregado, por isso lutamos cada dia para que os usuários tenham seus direitos garantidos, principalmente de um lugar digno, como o Caps”, disse.
O Movimento da Luta Antimanicomial teve seu início marcado em 1987, em continuidade a ações de luta política na área da saúde pública no Brasil por parte de profissionais de saúde que contribuíram na própria constituição do Sistema Único de Saúde (SUS). Naquele ano a discussão sobre a possibilidade de uma intervenção social para o problema da saúde mental, especificamente, dos absurdos que aconteciam nos manicômios ganhou relevância, permitindo o surgimento específico deste movimento. Desde então a participação paritária de usuários de serviços e seus familiares se tornou característica deste movimento. Em 1987 estabeleceu-se o lema do movimento: “Por uma sociedade sem manicômios”, e o 18 de maio foi definido como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, que até hoje é lembrado e marcado por ações de conscientização em todo o país.