Parece que tudo brilha mais, que tudo nos toca mais profundamente em todas as horas do dia e por todos os espaços
O encanto, a magia, o amor envolvem-nos em todo o orbe nestas horas tépidas, nestas horas mornas, nestas horas gélidas, em todas as horas, nesta mescla de tempos que se alternam.
Auras enlaçam-nos em poemas de amor. Raios de luz, das mais variadas cores, nas mais variadas gamas cruzam o espaço sideral e nos fazem sorrir. E então nos encontramos a abraçar o mundo em uma alegria incontida sem que a reconheçamos, sem saber de onde ela vem.
É o tempo, é o clima, é o ar. Parece que tudo brilha mais, que tudo nos toca mais profundamente em todas as horas do dia e por todos os espaços.
Claro, Ele não virá pela vez primeira ao mundo na noite santa de Natal. Mas é o dia em que a chegada d’Ele a este mundo nós comemoramos.
Porque antes d’Ele as trevas eram maiores que a luz. Porque antes d’Ele injustiças eram cometidas em nome de um Deus Uno ou de uma plêiade de deuses que de nome mudavam em cada paralelo e cada meridiano da face da terra.
Teria sido Ele o primeiro e único a trazer a Boa Nova e a pedir a seus seguidores que a levassem para todos os Homens do mundo?
Mas Ele chegou em um local que não seria o que chamamos de extremo oriente e nem onde o sol desparece por último em todos os dias, desde que o mundo é mundo.
Escolheu exatamente um território inóspito. Um local em que apenas o ouro imperava. Mesmo sendo um ouro que se dizia vindo dos céus. Uma terra há muito calcinada pelos sóis de muitos dias. Uma terra que não via as lágrimas dos céus a irrigar plantações. Ele chegou numa terra que fora prodigiosa, numa terra que fora esfacelada…
E então, como se lá fosse o centro de um compasso, os círculos formando-se foram. E encontraram-se com outros círculos que envolviam outros mensageiros do espaço que para outros espaços do mundo a Boa Nova foram levar.
Onde Ele esteve depois daquela majestosa pregação, em que deixou embasbacados os Senhores Doutores do Templo, em Jerusalém? Falam que esteve estudando com os Essênios… E é só o que eu sei.
O fato é que, cheio de sabedoria e artes Ele retorna, já adulto, a contar de coisas que os fracos e humildes felizes ouviam… E fazendo com que os soberanos e ricos começassem a se apavorar.
Dizia que o seu reino não era deste mundo… em um tempo, nada diferente de nosso tempo de hoje, em que a grande aspiração da quase totalidade dos homens é ser poderosa aqui.
Perseguido desde o nascer, foi curta a Sua permanência entre nós.
Em que escolas estudou? Em que Universidade fez sua graduação? Em que cantos do mundo existem provas, documentos de alguma pós-graduação?
Não temos conhecimento dos recantos onde fez Mestrado. E é Ele o Mestre dos mestres.
Não foi encontrado, ainda, algo que comprove o seu doutorado. Mas algum doutor da igreja de então, ou de qualquer seita de sua época conseguiu igualar-se a Ele? Mas era um doutor que curava com a imposição das mãos, pelo pensamento, conseguindo, através de sua mente, enviar a medicação correta ou realizar a cirurgia perfeita a milhares de quilômetros de distância.
Quantos levaram uma vida a ajudar o mundo não têm seus nomes citados em canto algum do planeta.
Ele teve apenas três anos de vida pública. E o mundo está a reverenciá-lo em todas as horas de todos os dias.
Porque Ele foi Amor em todo o tempo em que entre nós permaneceu.
Porque Ele pregou o Amor em todo o mundo entre todas as criaturas.
Porque Ele apenas pediu que nós nos amássemos assim como Ele nos amou.
Então, agora, nestes tempos mágicos que antecedem o dia em que comemoramos a sua chegada ao nosso meio, temos que nos dar as mãos e fazer um pacto. Um pacto para que estas mãos se unam agora e assim permaneçam em todos os dias de todos os anos de todos os próximos tempos.
Porque só assim teremos Paz.
Porque só assim o Amor imperará.
E a humanidade estará apta para recebê-lo!
Ω
Foi assim que minha amiga Isis Maria Baukat viu a chegada do Natal.
“O Natal vem aí
com seus arautos luminosos
e seu clima de Paz.
Possivelmente elos estarão rompidos
quando enfim ele chegar,
quente e noturno, estrelado.
E belo.
Por uma noite Belém remota estará ampliada
cobrindo todas as geografias,
juntando a todos num grande, imenso Presépio.
Pena que seja só por uma noite.
E o será.
Porque os homens estão acostumados,
tristemente acostumados,
a se dispersar.
Amiga,
outros tempos se passaram…
e isto, também, deveria ser um cartão de Natal…
mas não é.
Tão pouco ficou, nos homens,
daquele Menino nascido em Belém,
sem bonitas fraldas brancas!
Tão pouco!
Esqueceram-no em Hiroshima, Nagasaki,
Hungria, Sibéria …
e na velha Europa dizimadora de judeus.
Esqueceram-no na carícia negada ao pária,
no olhar negado ao estranho,
na palavra negada ao triste.
Esqueceram-no naquele estranho amor a dois…
e naquele mentiroso amor a muitos.
Mas hoje é Natal…
que lembra Belém…
que lembra o Menininho.
Tantos anos!
Séculos!
Menino teimoso!
Donde tanto Amor?
Parabéns, Querido! …
é o teu aniversário,
se não nos enganamos!
Parabéns, Amor!
… que a troca de presentes
não seja maior em nossa Noite Feliz
que a Tua Divindade.
Parabéns, Criança Eterna!
Que não nos percamos em temporalidades.
Ah! Amiga!
Sei, com certeza, que serás gente de minoria, neste 1978!
Sei que, em vinte e cinco, estarás mais com Ele
que com essas aparências passantes.
Sei que, neste Dezembro olharás, mais uma vez, estrelas.
Feliz Natal, maninha!
Em Paz, com Ele e com a Harmonia do Cosmo, donde viemos.
O cartão, não o tenho.
Tenho a mim, só, com o pensamento no Menininho.
Como tu.
E como tu, festejo.
Festejo… não a troca de risos comerciais…
mas a ternura de Deus para com os Homens,
sua Obra-Prima.
Sei que nós saberemos acarinhá-lo, a Ele,
o Filho de Maria,
Maria de Nazaré,
da tribo de Davi,
bendita entre as mulheres.
Sei que saberemos,
eu e tu,
participantes da minoria,
render afetos ao aniversariante.
Sê feliz, amiga,
nesta noite de estrelas-cometas
e de uma Manjedoura rediviva.
Sabes, estou contigo agora,
nesta hora de Agradecer e Amar em Retribuição.
Levemo-nos a nós, para Ele,
que é só o que Ele quer.
Isis /Natal/1978”