Parlamentares se posicionam sobre manifestações do dia 15 de março

Foto: Sessão ordinária de quinta-feira, 12/Yuri Santos/Agência AL

A sessão ordinária desta quinta-feira, 12, foi marcada por pronunciamentos favoráveis às manifestações contra o governo federal convocadas via redes sociais para domingo, 15, em vários estados brasileiros. O tema foi levantado pelo deputado Leonel Pavan (PSDB), que leu na tribuna a nota oficial publicada pelo seu partido.

O parlamentar declarou apoio aos protestos contra o governo de Dilma Rousseff (PT), ressaltando que o movimento tem origem popular e suprapartidária. Pavan fez ainda um apelo para que as manifestações sejam pacíficas. “Nenhum partido é dono desse movimento. Milhares de pessoas vão para as ruas porque não estão contentes com a situação do país. Que os manifestantes, de forma democrática, levem as reivindicações que tanto desejam para o Brasil, mas que seja um ato pacífico, ordeiro, sem violência. Que seja um exemplo para a democracia.”

Os deputados tucanos Dr. Vicente Caropreso e Serafim Venzon afirmaram que também vão participar das manifestações. Em seu discurso, Dr. Vicente abordou a situação econômica brasileira. “A inflação chega a 8%, a taxa de juros sobe a mais de 12,75%, temos retração da indústria, perda de empregos. A receita do governo federal vem caindo, a balança comercial bate recordes negativos, a crise da Petrobras vai arrastando toda a cadeia produtiva que a ela está ligada. Aumentam-se os impostos para manter a máquina pública”, disse. “Se formos analisar tudo pelo que o Brasil está passando, a política foi a grande responsável pela falta de credibilidade, com graves implicações na área econômica do país. Que esse movimento popular de indignação estimule os brios dos que têm o direito da caneta na mão para realizar mudanças”, concluiu.

Após ler um trecho da entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à Folha de S. Paulo, publicada no dia 10 de março, Venzon destacou que o pedido de impeachment contra a presidente não está na agenda do PSDB. “Não é o objetivo do PSDB derrubar o governo. Queremos que façam as mudanças necessárias para colocar o Brasil no rumo certo.”

Na avaliação do deputado Maurício Eskudlark (PSD), as manifestações representam que a sociedade brasileira está descontente com a atual situação do país e com ações dos poderes Executivo e Legislativo. “É um movimento contra todos os partidos, sem exceção. Não pode servir de palanque político. Temos que nos limitar a ouvir atentamente as vozes das ruas”, falou o parlamentar. “Também não podemos cair no pessimismo. Devemos repensar o momento político e econômico em que vivemos. Precisamos construir um país novo”, acrescentou.

Eskudlark criticou os caminhoneiros pelos bloqueios de rodovias e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela convocação do “exército do Stédile [João Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]” para o ato do dia 13 de março em defesa da Petrobras e contra o impeachment de Dilma. “As manifestações são justas, mas o direito de ir e vir é sagrado. É um momento de cautela. Vamos respeitar quem está na rua defendendo a Petrobras. Ninguém quer o impeachment, queremos que o Brasil mude com ações efetivas.”

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