Partes entram em acordo e sem-terra têm 6 meses para deixar área em Canoinhas

Audiência na tarde de sexta-feira, 27, definiu a retirada das 65 famílias que ocupam uma área de terras às margens da BR-280, na localidade canoinhense de Valinhos desde fevereiro passado. Os integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) têm seis meses para deixar o local. Até lá, não podem avançar mais de 30 metros para trás das barracas.

A reunião com presença de um juiz agrário foi tensa. De um lado representantes do MST, do outro a defesa da família Tomasi, que possui a escritura da área. Um representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) participou da audiência.

Depois de uma longa discussão, os representantes do MST aceitaram deixar a área em 30 de setembro caso a família Tomasi consiga comprovar a posse da terra. Do contrário, eles devem permanecer.

A área de 500 hectares segundo o integrante do MST, Elias Ribeiro, é sequência do acampamento que já existe do outro lado da rodovia. “A área não está definida ainda para o assentamento. Nosso objetivo é que fique tudo em uma área só”, disse.

Depois da audiência, segundo a defesa da família Tomasi, houve várias dissidências do acampamento.

Ribeiro já havia adiantado ao JMais que o Movimento não tem certeza de que a área a se ocupar é o local onde o acampamento está sediado, mas conta com o Incra para resolver o impasse.

De acordo com Fernando Lúcio de Souza, ouvidor agrário do Incra-SC, que acompanhou a audiência, “O Instituto se manifestou pela concessão de prazo de seis meses para concluir a fiscalização e materialização da área, tempo esse de permanência das famílias no local e em caso de área da União, as famílias permaneceriam, em contrário, desocupariam imediatamente. No entanto, o Incra continuará o processo de fiscalização e materialização da área, sendo contrário ao acordo celebrado.”

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