Beto Passos libera R$ 1,5 milhão para custeio e garante que HSCC não fecha

Dinheiro virá de recursos ordinários, mantendo todos os demais serviços bancados pelo Município

 

 

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 25, com a presença de prefeitos das quatro cidades da comarca e direção do Hospital Santa Cruz de Canoinhas (HSCC), prefeito de Canoinhas, Beto Passos (PSD) anunciou a liberação de R$ 1,5 milhão para este ano a fim de ser repassado ao HSCC. O dinheiro é de recursos ordinários e não inclui o que já é repassado atualmente ao hospital. Projeto de lei será apreciado em sessão extraordinária da Câmara de Vereadores na próxima semana. O presidente da Câmara, Célio Galeski (PR) confirmou a informação.

 

 

Passos iniciou a coletiva frisando que há muita desinformação e maldade no que tem sido divulgado pelas redes sociais. “Somente maldade o que falam sobre falta de repasse de recursos do Município para o Hospital Santa Cruz. De modo algum estamos de lados opostos, prefeito e hospital”, afirmou.

 

 

“Queremos que o Hospital continue o atendimento a população, que os serviços sejam mantidos, que não existam distorções. Queremos afirmar de modo público que nenhum município quer ter gerência sobre o Hospital. Hoje há uma dificuldade de diálogo com a atual presidência do Santa Cruz”, disse em seguida.

 

Passos deixou claro que o Município de Canoinhas não vai deixar fechar o HSCC. “Com respeito a nossa população e a população regional, temos de ter maturidade e responsabilidade. Essa reunião marca a união dos Municípios da região em prol do Hospital”, afirmou.

 

 

Passos disse que a ajuda ao HSCC vai obrigar o Município a retirar recursos de outras áreas. “Talvez teremos de abrir mão da padronização das calçadas, teremos de deixar ou retardar a construção de um CEI ou obra de pavimentação. No nosso entender, a maior obra que qualquer governo pode deixar para sua população é garantir saúde. Não vamos nos omitir, não vamos nos acovardar, vamos junto com o HSCC buscar soluções”, ressaltou.

 

Os prefeitos da região serão recebidos em fevereiro pelo governador Carlos Moisés (PSL) e, contou Passos, a prioridade será o pedido de recursos para o HSCC.

 

 

Secretária de Saúde de Canoinhas, Zenici Dreher, frisou que os recursos serão para custeio das despesas do HSCC.

 

 

PREFEITOS DA REGIÃO

Exortados por Passos a contribuir com o HSCC, os prefeitos da região se manifestaram em seguida. Prefeito de Três Barras, Luis Shimoguiri (PSD), lembrou que convênio com o Hospital São Vicente, de Mafra, custa menos que os serviços do HSCC. Recentemente Três Barras firmou convênio com o hospital mafrense.

 

Prefeito de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti (PSDB), também reclamou dos custos do HSCC e disse ser mais vantajoso firmar convênio com Mafra do que com o HSCC. “Não tenho interesse com todas as especialidades porque não tenho dinheiro para custear, mas posso ajudar com determinadas especialidades”. Eles deram exemplos de custos mais elevados do HSCC em relação ao São Vicente. Mais tarde deixou claro que a condição para voltar a conveniar com o HSCC é a demissão do atual diretor administrativo do Hospital.

 

Prefeito de Major Vieira, Orildo Severgnini (MDB) lembrou que a crise dos hospitais ocorre em todo o Brasil. Disse que Major Vieira deixou convênio com o HSCC por causa de atendimento péssimo e alto custo. “Pagava R$ 45 mil em Canoinhas e agora pago R$ 12 mil em Mafra”, afirmou. Disse que se for feita uma pesquisa em Major Vieira, 95% da população vai preferir ir a Mafra do que voltar a ser atendido pelo HSCC. “Não queremos que feche o Hospital Santa Cruz, mas deveria fechar por uma semana para que todo o pessoal de branco que está lá ditando regras, ficar uma semana sem lugar para operar, quero saber onde vão operar para ganhar o dim dim que ganham”, disse em referência aos médicos que utilizam a estrutura do HSCC. “Não querem fazer, não façam, vão embora seus porcarias. Não se pode deixar um hospital do tamanho do de Canoinhas nas mãos de um grupo”, disse. Depois, disse estar disposto a deixar o convênio com o São Vicente e voltar ao HSCC, mas não aceita isso sem abertura para o diálogo.

 

 

REDUÇÃO DE CUSTOS

Presidente do Conselho Deliberativo do HSCC, João Mario Groskopf disse que está em estudo a redução do número de funcionários e de leitos, o que segundo ele não vai prejudicar o atendimento à população. Lembrou que qualquer cidadão pode ser sócio do HSCC pagando uma mensalidade de R$ 10 mensais. O sócio pode, inclusive, fazer parte da diretoria do Hospital.

 

Informou que o diretor administrativo do HSCC, Derby Fontana Neto, colocou seu cargo a disposição, mas não sinalizou se haverá o desligamento dele da direção. Uma reunião na terça-feira, 29, deve discutir o assunto.

 

Atualmente o HSCC tem um déficit mensal de R$ 300 mil.

 

 

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