Pesquisa sobre o trabalho voluntário na Diocese de Caçador

Para realizar a pesquisa, os acadêmicos, padre Lauro Kaluzny Filho e Luiza Schwartz Branco fizeram um levantamento teórico da área de gestão de pessoas e terceiro setor com foco no trabalho voluntário

 

 

 

Os acadêmicos da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), padre Lauro Kaluzny Filho e Luiza Schwartz Branco, realizaram uma pesquisa sobre o trabalho voluntário na região da Diocese de Caçador. Eles foram orientados pela professora Me. Sandra Mara Bragagnolo. Os resultados da pesquisa foram organizados em artigo e apresentados ao Programa de Pós-Graduação da UNIARP em Gestão Estratégica de Pessoas.

 

 

 

Para realizar a pesquisa, os autores fizeram um levantamento teórico da área de gestão de pessoas e terceiro setor com foco no trabalho voluntário. Por meio de um questionário, eles obtiveram mais informações sobre os voluntários que atuam na Diocese.

 

 

 

Os inúmeros voluntários presentes na diocese atuam em diversas atividades, pastorais e movimentos descritos no Plano Diocesano de Pastoral. Identificou-se que o voluntariado dentro da instituição religiosa abrange muitas áreas e situações. A Diocese assume a tarefa de combinar os esforços de diversas pessoas que doam seu tempo e talento em várias causas sociais, contribuindo para construir uma vida melhor para as pessoas e colaborando com a mobilização de esforços comuns, a fim de potencializar boas práticas de transformação social.

 

 

 

De acordo com a pesquisa, dos voluntários que atuam na diocese, 56,6% têm idade entre 26 e 45 anos; e 43,3%, entre 46 anos ou mais. Os trabalhadores voluntários são, predominantemente (80%), do gênero feminino. Quanto à formação, 60% dos respondentes têm ensino superior completo ou especialização, sendo profissionais de diversas áreas, como educação e ciências sociais. 66,6% dos voluntários possuem dois filhos.

 

 

 

A profissão em que os entrevistados estão inseridos pode ser uma influência para desenvolvimento do trabalho voluntário. De acordo com a pesquisa, 50% concordam que podem se destacar como exemplos. Muitos voluntários professores atuam como catequistas na Diocese. Eles apresentam aptidões com crianças e adolescentes. Contadores e administradores que possuem conhecimentos com números, finanças e economia são tesoureiros voluntários nos conselhos paroquiais ou comunitários de pastoral, contribuindo para que a instituição tenha uma boa gestão dos seus recursos.

 

 

TEMPO DE ATUAÇÃO COMO VOLUNTÁRIOS

Em relação ao tempo de atuação no trabalho voluntário, 3,3% atuam há mais de 30 anos; 30%, entre 11 e 20 anos; 16,7%, entre 21 e 30 anos; e 33,3% atuam entre 5 a 10 anos. Destaca-se o indicador de 16,7% de respondentes que atuam há menos de 5 anos, pois o restante (83,3%) estão há mais tempo nessa atividade e é preciso primar pela sucessão para que os objetivos do trabalho sejam alcançados.

 

 

Dos entrevistados, 93,3% atuaram nos últimos seis meses a um ano no trabalho voluntário.

 

 

 

“A partir da fé, as pessoas estão dispostas a fazer o bem, colocam-se no lugar do outro e permanecem realizando esse trabalho demonstrando comprometimento, seriedade e responsabilidade. Porém, é necessário levar em consideração a existência de um cenário que leva à diminuição de voluntários na sociedade. Muitos desafios surgem: crises econômicas, sociais e políticas, individualismo, ausência da coletividade, falta de vontade de participar e contribuir para uma sociedade melhor o que são fatores preocupantes”, comenta o padre Lauro.

 

 

 

Quanto à motivação, identificou-se que, para o início do trabalho voluntário, a maioria (86,7%) concorda ou tende a concordar que iniciaram para fazer algo importante. Quanto à motivação por curiosidade, apenas 23,3% tendem a concordar. Já para conhecer novas pessoas, há 43,3% que concordam ou tendem a concordar.

 

 

A IMPORTÂNCIA DO VOLUNTARIADO

Os acadêmicos, padre Lauro e Luiza destacam que a partir dos dados da pesquisa, é possível afirmar que o voluntariado assumirá cada vez mais um papel decisivo na sociedade. “Participar significa ter a capacidade de assumir responsabilidades e investir tempo, serviço e dedicação na solução de problemas e nas exigências comunitárias e solidárias. Sendo assim, aceitar as diversas motivações também compreende o reconhecimento, pois sabe-se que o voluntário espera algo em troca pelo seu serviço voluntário, não relacionado a recursos financeiros, mas sim a uma via de mão dupla onde o voluntário, além de doar talento, carinho, tempo, dedicação, também receba novas experiências, oportunidades de aprendizado, prazer de se sentir útil, criação de novos vínculos de pertencimento e afirmação do sentido comunitário”, salienta.

 

 

Eles ressaltam ainda que o voluntariado cristão, a partir da instituição religiosa, se diferencia das demais espécies de voluntariado, sobretudo nas bases que fundamentam um e outro. “Os cristãos são voluntários por motivos da sua fé em Cristo, praticam o voluntariado por fidelidade ao Evangelho, e pelo sentido de caridade fraterna que os faz ver em cada destinatário a imagem do próprio Cristo”, comentam.

 

 

 

Segundo eles, as outras formas de voluntariado têm suas bases em ideais filantrópicos ditados por um humanismo que ascende à dignidade humana, justificados no desejo da promoção do bem comum ou no auxílio a quem precisa. Contudo, muito mais que as diferenças dos princípios que fundamentam as mais variadas formas de voluntariado os objetivos finais são sempre muito parecidos: trabalho por uma cultura de fraternidade, promoção da vida e dignidade aos mais vulneráveis.

 

 

 

 O objetivo fundamental do voluntariado é ajudar gratuita e livremente as pessoas, as famílias ou os grupos, em cooperação com outros voluntários, sendo claro que a eficiência do seu serviço depende tanto das atitudes como da competência. Dentre as atitudes saliente‑se a disponibilidade que precisa ultrapassar o entusiasmo momentâneo de uma atividade iniciada e se prolongar na responsabilidade assumida. “É fundamental na gestão do voluntariado que se definam algumas bases mínimas, aceitas por todos, como normas de ação e avaliação periódica dos objetivos e ações para um seguro, duradouro e eficaz trabalho em favor do indivíduo e da comunidade como um todo”, encerram.

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