Pif Paf planeja mais que dobrar produção do Fricasa em até um ano e meio, diz CEO

“O Fricasa é uma empresa muito bem posicionada no mercado”, diz Rodrigo Coelho em entrevista exclusiva

 

 

 

CEO da Pif Paf desde outubro do ano passado, Rodrigo Coelho fala com bastante cautela sobre a aquisição da Fricasa Alimentos, confirmada no começo desta semana. A sobriedade com que fala sobre o futuro, no entanto, inspira confiança e antecipa um futuro bastante promissor. Leia abaixo a entrevista concedida por telefone por Coelho ao JMais nesta semana.

 

 

Por que o interesse pelo Fricasa?

A gente tem um sonho antigo de ter uma operação em Santa Catarina, por ser uma referência na suinocultura. Quase um terço da produção nacional está em Santa Catarina, 80% das exportações no Sul. Pesquisamos atrás de frigoríficos na região e encontramos o Fricasa. Nos aproximamos mais e (o frigorífico) despertou nosso interesse, por conta de várias características. Muito próximo ao PR, centro da região sul, próximo aos portos. Dentro da cidade, o Fricasa é uma empresa muito bem posicionada no mercado, reconhecida, moderna, com pessoas muito bem preparadas, todos os departamentos, só nos deparamos com pessoas de uma formação muito boa, com bastante experiência.

 

 

 

 

 

Quais os planos para a unidade?

Temos um plano estratégico para a própria Pif Paf bastante forte, temos perseguido esse objetivo de forma muito disciplinada. O nome do jogo é expansão, é crescimento. Não posso dar detalhes dos números, mas a ideia é mais que dobrar a produção em até um ano a um ano e meio. 

 

 

 

 

 

Para ampliar a produção o frigorífico precisará de mais integrados. Como se dará essa expansão?

Temos um plano a ser desenvolvido a quatro mãos com a equipe atual agropecuária do Fricasa. Existe um interesse de vários produtores da região, e também continuaremos com parcerias importantes com outros produtores. Temos um plano a ser desenvolvido ao longo dos próximos anos. 

 

 

 

 

Há uma grande perspectiva da abertura do mercado chinês para a carne suína brasileira neste ano. Esse fator influenciou na decisão da Pif Paf?

Sim. Não foram os fatos mais importantes, já era um plano antigo. Em todos os investimentos que fizemos nos últimos anos, sempre olhamos a longuíssimo prazo. A China tem ajudado o setor, mas não foi o fator decisivo. Temos objetivo de aumentar as exportações, e o Fricasa também será uma plataforma para ampliarmos e expandirmos nossas exportações, mas também vislumbramos a penetração no mercado interno.

 

 

 

Até porque este mercado é de alta volatilidade…

Exatamente, vemos isso acontecer com frequência. Existe uma volatilidade constante, o câmbio também influencia, não queremos depender somente das exportações. Acreditamos que a combinação entre mercado interno e externo reduza riscos. Vamos aumentar as exportações, mas dentro de um plano que comporta o mercado interno também.

 

 

 

 

Assim que feito o anúncio da compra do Fricasa pela Pif Paf, surgiram rumores de demissões, principalmente no setor administrativo da empresa aqui em Canoinhas. Há essa previsão?

Entramos nessa operação também pela qualidade das pessoas que trabalham no Fricasa. Tivemos contato com muitos deles. É muito difícil manter uma empresa com produtos tão bons sem bons funcionários. Nossa previsão é de crescimento, gerando muitas oportunidades aos colaboradores. Trabalhamos a questão da meritocracia. Queremos que as pessoas cresçam. Não há plano de corte de pessoal. 

 

 

 

 

 

Quantos novos postos de trabalho devem ser criados?

Com certeza, mas não consigo dizer qual será o número, porque o plano de expansão passa por uma série de etapas. Vamos analisar os processos. Vai depender de uma série de definições e dependendo de todas essas análises vamos ver quantas pessoas vamos precisar dentro desse processo de expansão. Com mais produtos, precisaremos de maior logística. 

 

 

 

 

 

Como se dará a administração do Fricasa a partir de agora?

Temos uma área corporativa em Belo Horizonte. A diretoria fica lá, onde se mantém a sede da empresa. Temos nas várias fábricas que temos hoje, várias funções administrativas. Pela capacidade e perfil das pessoas que a gente tem encontrado no Fricasa, não temos motivo nenhum para fazer uma grande mudança, acho que vai gerar oportunidade para quem trabalha aqui até de trabalhar em outras fábricas nossas.

 

 

 

 

O senhor pode revelar dados financeiros da compra do Fricasa?

São sigilosos. Há cláusula de confidencialidade no contrato.  

 

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