Menor de idade confessou ter matado as duas adolescentes desaparecidas
Do VVale
O delegado chefe da 4ª SDP, Douglas Carlos de Possebon e Freitas, concedeu na tarde desta terça-feira, 23, uma entrevista coletiva à imprensa onde anunciou que o caso envolvendo duas jovens desaparecidas no interior de Cruz Machado está elucidado, faltando poucos detalhes a serem esclarecidos. Na entrevista o delegado apontou que um jovem, vizinho da primeira vítima, Camile Loures das Chagas, 13 anos, confessou que matou a menina e posteriormente assassinou Solange Vitek, de 16 anos.
RELEMBRE
Há sete meses, a adolescente Camile desapareceu sem deixar pistas. Quando desapareceu, ela retornava para casa depois de visitar uma amiga, a cerca de 800 metros de sua casa.
Solange desapareceu na manhã de segunda-feira, 25 de março deste ano, quando saiu para esperar o ônibus escolar num ponto localizado a cerca de 300 metros da casa. Como não voltou para a casa, a mãe chegou a ir até a escola perguntar pela estudante.
Amor, ódio e morte
A morte de Camile foi descrita pelo autor do crime como sendo motivada por “amor e ódio”. Ele contou à Polícia que gostava da adolescente, cinco anos mais nova que ele. Como Camile rechaçava as suas “investidas” o menor disse que se sentiu humilhado, o que teria provocado sua ira. Com ódio, premeditou a morte da Camile.
Ele contou que abordou a adolescente no dia do seu desaparecimento, e com uma faca a levou por caminhos de difícil acesso, por 35 minutos. Depois disso, matou Camile asfixiada.
Na coletiva o delegado disse que a calça da adolescente estava do lado avesso. A ossada, supostamente de Camile – ainda falta a confirmação do laudo do exame de DNA – estava com o sutiã. O autor nega ter mantido relações sexuais com a vítima. Segundo o depoimento do adolescente, Camile foi morta por estrangulamento com uma chave de braço.
Ela sabia demais
Por outro lado, a morte de Solange Vitek foi para acobertar o primeiro crime. De acordo com o depoimento, o autor do crime desconfiava que Solange “sabia demais”. Ele contou aos policiais e representantes do judiciário que Solange teria afirmado que sabia que ele (o autor) teria feito “algo de ruim” com Camile. Foi a sentença de morte da adolescente.
Da mesma forma, o adolescente abordou Solange próximo ao ponto de ônibus por volta de 6h30, do dia 25 de março, para matá-la. Segundo o depoimento, Solange foi estrangulada com a própria calça. Depois dos dois crimes, o autor levou uma vida normal, até começou a namorar novamente. Contudo, foi pego porque caiu em contradição numa conversa informal com a Polícia. Segundo Possebon e Freitas, o assassino não era considerado suspeito, até ser confrontado pela Polícia, quando confessou os crimes.
PRÓXIMOS PASSOS
A Polícia conseguiu dar celeridade aos exames de DNA, para a confirmação da identidade das duas ossadas. Um capuz que o autor esqueceu no local dos crimes foi enviado a Curitiba, pela perícia, o que se constitui em caso positivo, uma nova prova técnica de que o menor foi mesmo o responsável pela morte das adolescentes.
No entanto o delegado afirma que a riqueza de detalhes e a frieza do jovem confirmam que se não agiu sozinho, ele esteve, sim, presente e executou as duas garotas. “Para nós isso não basta, vamos colher todos os detalhes possíveis para descobrir se o menor não teve ajuda de terceiros”, fala.
O adolescente segue internado provisoriamente em um centro de reabilitação para jovens infratores. Em caso de condenação ele pode cumprir somente três anos de internação em centro de reabilitação para menores. A comunidade de Cruz Machado está revoltada e pede justiça.