Radialista teria respondido pedido de ouvinte com mensagem homofóbica
A Polícia Civil de Papanduva vai investigar o possível ato de homofobia praticado por meio do WhatsApp corporativo da rádio Super FM. A emissora revoltou fãs da cantora Pabllo Vittar após se recusar a tocar as músicas da artista. Um ouvinte divulgou prints de uma conversa com um funcionário da rádio Super FM e o assunto repercutiu nas redes sociais.

Conversando diretamente com o telefone corporativo da rádio pelo WhatsApp, o ouvinte pede que seja tocada a música ‘Parabéns’, lançamento recente de Pabllo Vittar. A primeira resposta surpreendeu o internauta: “Olá, não tocamos Pabllo Vittar aqui. Obrigado”.
“Mas por que não?”, insiste o ouvinte. “Porque não sabemos se ele é um homem ou uma mulher”, retrucou o perfil corporativo. A resposta foi considerada como homofóbica e a troca de mensagens rapidamente viralizou na internet.
O ouvinte ainda decidiu “tirar a prova dos nove” e iniciou uma outra conversa, pedindo a mesma música. “Não tocamos isso aqui”, frisa o perfil da rádio. “Não tem música pop na programação?”, questiona o fã da drag queen. “Tem música. Não essas coisas aí kkk”, manda a Super FM.
A publicação das mensagens repercutiu negativamente na internet e a rádio foi criticada nas redes sociais. Uma movimentação de fãs enviando pedidos para que a programação tocasse músicas de Pabllo Vittar foi criada, para importunar o perfil da estação.
CONTRAPONTO
Na tarde desta terça-feira, 12, a Super FM decidiu se manifestar oficialmente e pediu desculpas pelo cunho das mensagens. Pelo Facebook, a empresa publicou uma nota de esclarecimento e assume que o tom usado pelo locutor nas conversas foi errado.
“Pedimos desculpas por isso, o responsável pelas respostas já foi identificado e responderá internamente e administrativamente pelo ocorrido. Mas uma vez, toda a equipe da rádio pede desculpas e reforçamos que a rádio não possui posicionamentos preconceituosos de qualquer natureza. Somos contra qualquer tipo de preconceito e desrespeito”, reforça o texto.
INVESTIGAÇÃO
O delegado de Papanduva, Eduardo Borges, informou nesta quarta-feira, 14, que considerando o entendimento recente do Supremo Tribunal Federal, “a postura se coaduna com o crime de homofobia, o qual por sua vez possui repressão pela Lei de Racismo (Lei 7.716/1989).” Por isso, mandou instaurar o inquérito policial para investigar a postura da emissora. Caso seja comprovado o ato de homofobia, o responsável pode pegar uma pena prevista é de um a três anos, podendo chegar a cinco anos em casos mais graves.