Beto Passos disparou críticas aos dois adversários; Paulinho Basilio adotou tom de conciliação e Norma se calou
DESAGRAVO
A sessão de ontem foi de desagravo por parte dos vereadores. Poucos pareciam de fato felizes (só dois se reelegeram). O clima de velório estava no ar com Paulinho Basilio (MDB) e Norma Pereira (PSDB) tentando driblar o desânimo. Basilio fez um discurso de conciliação, adotando o fair play e parabenizando todos os eleitos nominalmente. Agradeceu, inclusive, a postura do coordenador de campanha de Beto Passos (PSD), Paulo Glinski (PSD). “Espero que o prefeito Beto Passos faça um bom mandato”, desejou, lembrando que “rancor no coração não faz bem pra ninguém”. Norma não falou nada.
Mais cedo, na 98FM, Passos trilhou outro caminho. Bateu forte em Norma e Paulinho. Até mesmo a menção a simpatia de Norma na coluna de sábado foi contestada pelo prefeito reeleito. “Um monte de gente discorda. Eu abraço o povo os quatro anos e a Norma abraça só na campanha”, disparou.
Passos atacou, também, os bolsonaristas citando nominalmente Maicon Taborda e Agente Elias, candidatos a vereador pelo PRTB que não se elegeram. “Falam um monte de asneiras por aí. Por que não mostraram nas urnas que têm votos? Que tem representatividade? É muito fácil vir atrapalhar, agora, apresentar propostas é diferente. Nós vencemos a Norma Pereira, nós vencemos o MDB, nós vencemos o Leoberto Weinert, o Beto Faria, um time que implorou pela militância, que veio, mas não a ponto de evitar a votação que tivemos. Foi a campanha da mentira por parte deles. Entramos na Justiça e vencemos 10 das ações que eles propuseram”. Chamou, ainda, de “desqualificada” a equipe que deu amparo jurídico à campanha de Norma. “Quem não sorri em quatro anos não adianta sorrir na eleição. Nós somos o que somos” emendando no tema sensível das coxinhas e da compra de sua casa, tema explorado pela campanha de Norma.
EM NOME DO PAI
Sobrou até para Ivan Krauss (PRTB), que para Passos foi para um “viés errado”. Criticou a mistura de religião com política, lembrando que vai a todas as igrejas. “Quem é o outro para julgar se tenho mais ou menos Deus no coração?”, criticando o “Canoinhas acima de tudo, Deus acima de todos”, slogan da campanha de Krauss. “Gente que nunca falou em Deus de repente tá falando de Deus, uma coisa que não cola”, disse.
“É muito fácil pegar a camisa do Bolsonaro e querer ganhar os mesmos votos”
do prefeito reeleito Beto Passos (PSD) sobre o fracasso do bolsonarismo nas urnas
DUPLA PERDA
Canoinhas chegou perto de ter um prefeito reeleito e uma candidata derrotada premiada com uma vaga na Câmara Federal. Por 56 votos, Carmem Zanotto (Cidadania) não foi eleita prefeita de Lages. Norma Pereira (PSDB) era a primeira suplente de Carmem. “Eu se fosse a Norma teria juntado a militância e iria para Lages pedir votos para a Carmem”, sugeriu o vice-prefeito reeleito Renato Pike (PL).
“Eu estaria triste se tivesse traído tudo que acredito. Em nenhum momento fiz algo que não acreditava”
do presidente da Câmara, Paulinho Basilio (MDB)
SUPLÊNCIA
Beto Passos tem o desafio de conciliar o enxugamento da máquina com um time de suplentes que fizeram votação considerável no domingo. São eles: Zenici Dreher (737 votos), Nilson Cochask (640 votos), Edmilson Verka (527 votos), Fabiano Freitas (485 votos), Neno Pangratz (459 votos), Chico Mineiro (448 votos), Edison Kuroli (435 votos), Jocimar Jubanski (410 votos) e, pelo menos, Ivan Karuncho (400 votos). O prefeito disse que todos que fizeram boa votação estão bem na foto com ele, mas não tem cargo de primeiro escalão para todos. Como acomodá-los é um desafio.
BRUXO

Chamado de “bruxo” pelos colegas por prever resultados das urnas, Célio Galeski (PSL) fez uma fala na tribuna destacando seu trabalho como presidente de partido. Ele destacou que o PSL fez 2.941 votos e ficou em quarto lugar entre os mais votados em Canoinhas. Galeski parabenizou a vereadora eleita Silmara Menechenko Gontarek (PSL), que obteve 518 votos, mas seu empenho foi de fato para eleger Marli do Darci, que acabou ficando na suplência com 291 votos.
FORAM BEM
Ressalve-se que, novamente, PSD, PL e MDB ocuparam as primeiras posições na totalização de votos em Canoinhas.
EU VEJO
Galeski lembrou que os eleitos Tati Carvalho (MDB) e Willian Godoi (PSD) chegaram a se filiar ao PSD, mas se renderam ao canto da sereia das siglas maiores. Galeski prevê que Godoi vai longe e terá seu nome repetido muitas vezes ainda.
ESQUELETOS NO ARMÁRIO
Renato Pike (PL) tirou do armário o esqueleto da eleição passada, quando ele e Leoberto Weinert (MDB) concorreram a uma vaga na Assembleia. Ele lembrou que se tivesse consenso ele teria sido eleito por uma margem estreita de votos enquanto para Weinert faltaram mais de 10 mil sufrágios. De fato os dois fizeram votação muito parecida, porém, pela legenda Pike precisava de bem menos votos que Weinert para ser eleito.
POR QUE FIQUEI

Meses atrás Pike anunciou que assumiria por dois meses na Assembleia Legislativa. O deputado canoinhense Mauricio Eskudlark, no entanto, jogou água no chope do vice-prefeito.
OS MAIS

Para Pike, Marcos Kucarz, o Homer (Podemos), foi quem mais surpreendeu em relação aos eleitos da Câmara. Para Beto Passos, Tati Carvalho (MDB) foi surpreendente por ter ficado à frente de políticos de carteirinha.
PALPITES
Apesar do choro e ranger de dentes, a coluna que elencou os possíveis eleitos para a Câmara de Vereadores de Canoinhas teve uma margem de acerto de 80%. Faltou mencionar Maurício Zimmerman (PL) e Silmara Gontarek (PSL).