Porto União conseguiu a façanha de estar entre as 100 maiores desmatadoras do País; no total 68 cidades catarinenses registraram algum tipo de desmatamento entre 2015 e 2016
Sessenta e oito cidades de Santa Catarina – quase um quarto do total – registraram algum tipo de desmatamento entre 2015 e 2016, conforme levantamento que será publicado nesta quarta-feira, 13, pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, que é um detalhamento da pesquisa divulgada em junho que trazia dados nacionais e por Estados, mostra um panorama da situação da cobertura florestal do bioma catarinense. No período avaliado, foram desmatados 1.045 hectares (ha), incluindo florestas, mangue e restinga.
Ponte Alta do Norte lidera o ranking do desmatamento na região, com a destruição de 103 ha de florestas. Logo na sequência, Porto União foi responsável pela eliminação de 60 ha e Água Doce e Araquari suprimiram 59 ha cada. As quatro cidades também aparecem no ranking nacional entre os cem municípios que mais desmataram entre 2015 e 2016.
Quando se fala só de Mata Atlântica – excluindo mangue e restinga – Santa Catarina desmatou 846 hectares entre 2015 e 2016. Conforme o Atlas da Mata Atlântica, divulgado em junho, Santa Catarina foi o quinto Estado brasileiro que mais devastou o bioma no período – atrás de Bahia, Minas Gerais, Paraná e Piauí. Houve um aumento de 41% em relação à área devastada mapeada entre 2014 e 2015, que era de 598 hectares.
O levantamento foi feito com base em imagens de satélite capturadas no ano passado, comparadas com outras de anos anteriores. Um programa de computador comparou as fotografias, que focavam áreas a partir de três hectares, e ressaltou pontos onde a vegetação foi suprimida ou reduzida.
A imagem abaixo, publicada nesta quarta no jornal Diário Catarinense, mostra as dez cidades catarinenses com o maior número de ocorrências registradas entre 2015 e 2016.