“Precisamos de uma faxina política”, diz Bauer

Senador esteve na região nesta semana e se reuniu com a militância tucana                                                     

 

Líder do PSDB no Senado Federal, o senador Paulo Bauer esteve esta semana em Canoinhas e Bela Vista do Toldo. Na segunda-feira, 4, participou da sessão da Câmara de Vereadores de Canoinhas e, na sequência, em evento concorrido, foi recebido pela militância tucana. Na manhã de terça-feira, 5, Bauer conversou com o JMais:

 

 

Na eleição passada o sr concorreu ao governo contra a forte polialiança que foi vitoriosa por quatro mandatos. Em 2018, ao que tudo indica, essa polialiança será desfeita. Como o sr se insere nesse cenário?

O PSDB deve ter candidato ao Governo do Estado. Temos musculatura e grandeza para isso. Temos mais de 10 mil filiados no Estado, 300 vereadores e 40 prefeitos, outro tanto de vice-prefeitos, quatro deputados estaduais, dois deputados federais e dois senadores – eu e o senador Dalírio Beber. Portanto, diria que a expressão política do partido, ainda contando com dezenas de secretários municipais e diretórios municipais, tudo isso nos coloca num grau de importância e responsabilidade muito elevada.

Respeitamos os demais partidos, mas nós do PSDB entendemos que é preciso sim apresentar uma proposta para SC, através de uma candidatura com capacidade de diálogo com os demais líderes e siglas para realizar um grande governo. Importante dizer que na última eleição nós não tínhamos ligação com o governo nem uma grande estrutura e conseguimos, mesmo assim, 30% dos votos. Isso com uma campanha improvisada e sem um partido bem estruturado como temos hoje.

 

O sr já se apresentou como pré-candidato. Isso é ponto pacífico ou pode mudar dependendo das propostas de coligação?

Sim, desde que o PSDB seja o líder da coligação. Conversamos com todos com exceção do PT. Onde estiver o PT, não estaremos juntos.

 

Sobre as delações da J&F, que inclusive o citaram por ter recebido R$ 100 mil de doação na última semana, o sr já esclareceu essa questão, mas considerando que o próprio governador Raimundo Colombo também tem sido implicado nessas delações, como isso deve interferir no processo eleitoral em SC?

Tudo que é denunciado tem de ser apurado. Não devo nem temo nada. Recebi doações legais, minhas contas estão em dia, não estou em lista nem respondo a processo. Quem tiver problemas com Odebrecht, J&F e Lava-Jato que se vire. Quem deve falar desse assunto é a Justiça. Do Paulo Bauer ninguém tem nada a falar. Não tenho rabo preso, ato ilegal e nada a explicar para ninguém sobre alguma ilegalidade. Agora quero pedir que todos os eleitores façam uma faxina política no País nas próximas eleições.

 

Parece ser ponto pacífico no Brasil que é necessária uma faxina política, mas a reforma política em discussão no Congresso justamente favorece a reeleição.

São coisas que já estão sepultadas. E não foi porque o Congresso foi bonzinho, foi a pressão popular que derrubou (a reforma). Não vai mais ter distritão, não vai ter mais fundo de campanha. Pelo contrário, teremos duas coisas positivas: a eliminação das coligações partidárias para eleições proporcionais, o que será muito bom para extinguir as siglas de aluguel, e a cláusula de barreira, que vai acabar com partidos nanicos que travam votações, impedindo bons deputados de apresentar bons projetos. Uma Câmara dos Deputados com 27 partidos como temos hoje não pode dar certo.

 

Como o sr vê a disputa interna entre Alckmin e Doria pela vaga do PSDB na disputa pela Presidência?

Vai dar em uma candidatura forte e consistente. Todos sabem que no PSDB é tradição esse tipo de disputa. Graças a Deus essa situação é boa. Acho que Alckmin é um grande batalhador, ético e responsável, um líder. O Doria, por sua vez, tem a juventude, o ímpeto e a coragem. Portanto temos duas opções excelentes e podemos vir a ter mais opções.

 

Para o sr qual o mais viável?

Não tenho opinião porque sou amigo dos dois. Acho que o quadro vai evoluindo para tornarmos a decisão certa. Hoje vemos que o Alckmin tem preferência por causa da sua história. O Doria chegou agora, mas tem suas qualidades.

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