Em Canoinhas seguem três pontos de bloqueio nos acessos à cidade pela BR-280
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou na tarde desta segunda-feira, 28, que foram registrados 727 pontos liberados entre o início das manifestações até às 8h desta segunda-feira, 28, correspondendo à 56% do total de pontos antes em situação de bloqueio.
Até o momento 556 pontos permanecem ativos em rodovias federais, em sua maioria com bloqueios parciais e sem prejuízo à livre circulação de outros veículos não participantes das manifestações. É o caso dos três pontos de mobilização em Canoinhas nos acessos à cidade pela BR-280.
“A PRF continua desenvolvendo ações para a manutenção de corredores interestaduais para a circulação de cargas de animais vivos, gêneros alimentícios, equipamentos essenciais, medicamentos, combustíveis e outras cargas sensíveis”, informa a instituição.
“As ações para prestação de apoio aos manifestantes e usuários das rodovias federais continuam durante as movimentações de desmobilização no intuito de garantir a segurança de todos os usuários das rodovias federais”, segue.
Pontos de bloqueio por estados:
ASSOCIAÇÃO
O presidente da Associação Brasileira doas Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que entre 70% e 80% dos caminhoneiros que participavam das manifestações nas rodovias do país já “levantaram acampamento” nos pontos de obstrução. A expectativa é de que a desmobilização seja concretizada até o final desta terça-feira, 29. A entidade divulgará, até o final da tarde desta segunda-feira, 28, um balanço preciso sobre a situação atual da mobilização de caminhoneiros, que já dura oito dias.
“O nível da adesão [à desmobilização] está aumentando gradativamente. Estou aguardando posição do grupo que está fazendo o levantamento. Apesar de ainda não termos um número exato [sobre o total de caminhoneiros que já se desmobilizaram], dá para dizer que de 70% a 80 % já levantaram acampamento”, disse Lopes à Agência Brasil.
Lopes explica que as manifestações que ainda ocorrem em alguns pontos de rodovias não estão relacionadas às reivindicações de caminhoneiros, mas há “gente que quer derrubar o presidente Michel Temer”. Lopes diz ter ouvido relatos de que parte do movimento dos caminhoneiros estaria sendo usado politicamente por defensores da intervenção militar.
“Nas conversas com a base, fiquei sabendo de pontos com envolvimento com intervencionistas, mas estamos trabalhando para evitar esse uso político do nosso movimento. Faremos denúncia publica sobre os pontos onde isso está ocorrendo. Se essas pessoas forem penalizadas por autoridades, com multas ou o que for, elas não terão a ajuda da Abcam”, disse à Agência Brasil o representante dos caminhoneiros.
Lopes acrescentou que os pontos acordados com o governo já estão “bem encaminhados”, e que serão necessários alguns dias para que a situação se normalize no país. Ele garante não haver, neste momento, rodovias trancadas, e que os combustíveis já estão na direção dos postos.
“Apenas em São Paulo há alguns focos [de manifestação], mas agora a polícia vai desobstruir tudo. Em Brasília, por exemplo, 70% dos postos já estão com combustível normal”, disse o presidente da Abcam. “Agora que tivemos nossas reivindicações atendidas, o momento é de desmobilização”, completou.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas do Rio Grande do Sul (Sinditac/RS), Carlos Dahmer, do ponto de vista classista, está tudo resolvido.
O dirigente sindical também aponta problemas que vêm sendo causados por “posições extremistas, de âmbito político”, que vão desde a defesa de uma intervenção militar até o movimento Lula Livre, que pede a soltura do ex-presidente, passando pelo Fora Temer. “A gente respeita os que defendem essa bandeira, mas que eles montem o seu piquete fora do nosso movimento”.