8 de junho de 2020
Folha de S.Paulo
Milhares protestam contra Bolsonaro em meio à pandemia
Atos anti-Bolsonaro em diferentes pontos do país neste domingo (7) ganharam o reforço de gritos contra o racismo, causaram aglomerações e expuseram a cisão entre movimentos e partidos de oposição ao governo.
Em São Paulo, em Brasília e no Rio, por exemplo, cartazes e faixas fizeram referência ao “vida negras importam” —o black lives matter, movimento que ganhou corpo nos EUA após a morte de George Floyd por um policial branco.
Houve atos contra o governo também em Belo Horizonte, Belém, Goiânia e Salvador, entre outras. Muitos deles marcados por aglomerações, em meio a uma média recente de cerca de mil mortos por dia na pandemia.
- Após pressão, Saúde recua e promete dado da covid-19
- Papuda chega a mil doentes, e parentes se desesperam
- Após falar em recontar mortos, Wizard deixa cargo
- Congresso discute rito de escolha de procurador-geral
- Na Europa, tensão toma conta de atos antirracistas
- Gasto no cartão de crédito desaba com crise e isolamento
O Estado de S.Paulo
Com vários níveis de pandemia, Brasil pode ter crise mais longa
A falta de protocolo unificado de ações contra a covid-19 criou um cenário de várias pandemias no Brasil. Com situação mais dramática no Norte, a doença avança de forma diferente pelas diversas regiões e faz com que o Brasil tenha, ao mesmo tempo, números do Equador, o vizinho mais castigado com o vírus, e de Portugal, um dos países menos afetados pelo vírus na Europa.
No Amazonas, por exemplo, o número diário de casos novos já passa de 2 mil e há 1.121 contaminados e 52 óbitos por 100 mil habitantes. O quadro muda completamente no Paraná, onde casos diários não passam de 300 e a taxa é de 50,9 casos e 1,9 óbito por 100 mil habitantes. Com as trocas de comando no Ministério da Saúde, que até ontem permanecia com ministro interino, medidas de controle ficaram a cargo de governadores, cada um com uma visão. Para pesquisadores, essas discrepâncias regionais podem fazer o País conviver mais tempo com o coronavírus. “Estamos condenados a um círculo vicioso que só uma ação coordenada do governo federal permitiria estancar”, diz o professor Raul Guimarães, da Unesp.
- Wizard desiste de secretaria e se desculpa por declarações
- FHC, Marina e Ciro defendem união de forças
- 11 Estados e DF têm atos anti-Bolsonaro
- Doria monta força-tarefa contra ataques
- Coronavírus mata 400 mil no mundo
- Empresas buscam apoio de hospitais para retomada
O Globo
20 capitais têm protestos contra racismo e Bolsonaro
Rio e São Paulo concentraram ontem as principais manifestações de rua, que ocorreram ainda em Brasília e em outras capitais. Como em vários países nos últimos dez dias, a bandeira da igualdade racial predominou, mas esteve conjugada à defesa da democracia e a palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro. Ocorreram também atos pró-governo, menores. Na capital paulista, houve confusão na dispersão dos protestos, enquanto no Rio manifestantes foram detidos.
- FH, Ciro e Marina propõem união em defesa da democracia
- Governo impõe sigilo a pareceres para o Planalto
- Pivô de crise, Wizard desiste de cargo na Saúde
- Óbitos em casa crescem até 36% durante quarentena