Quase dois anos depois, crime segue sem punição em Canoinhas

Com homicida confesso, assassinato de Sandro de Almeida deve ir à júri popular                                                     

 

Noticiado pelo JMais como um assassinato por causa de uma dívida de R$ 20, a morte de Sandro de Almeida, 26 anos, em setembro de 2015, logo teve um desfecho. Um dia depois do crime, em 19 de setembro, Eder Pereira, 23 anos, se apresentou na Delegacia de Polícia de Canoinhas e confessou o crime. Disse, no entanto, que tinha esfaqueado o braço direito de Sandro. Eder afirmou que agiu em legítima defesa, já que a vítima o teria agredido dentro de sua casa por causa de uma dívida de R$ 20 relacionada a compra de uma motocicleta. Segundo o delegado regional Wagner Meirelles à época, o acusado foi ouvido e liberado em seguida. “Ele não negou a autoria e respondeu a todas as perguntas sem embaraço”, disse o delegado.

 

 

Arquivo da família

Mais tarde, no entanto, perícia comprovou o óbvio: Sandro tinha sido esfaqueado no peito, motivo que o levou a morrer assim que deu entrada no Pronto Atendimento Municipal (PA). Mesmo assim, Eder seguiu solto.

 

Alessandra Gracia de Almeida, irmã de Sandro que hoje mora em Jaraguá do Sul, conta que a dívida era de R$ 2 mil e não de R$ 20 como disse Eder. Sandro tinha vendido uma motocicleta para o assassino. Ao cobrar a dívida os dois discutiram e, segundo Alessandra, duas pessoas não identificadas pela Polícia teriam segurado Sandro para que Eder o esfaqueasse. Sandro ainda perambulou pela rua à procura de ajuda até que caiu desacordado. Logo depois teve a primeira parada cardíaca. Os bombeiros chegaram a resgatá-lo com vida, mas ele morreu ao dar entrada no PA. Eder ainda teria destruído a moto que pertencia a Sandro e com a qual ele foi até sua casa.

 

Sandro tinha esposa e dois filhos. O mais novo tinha um ano à época e até hoje pergunta pelo pai que mal conheceu. A filha tem hoje nove anos e também não esquece do pai. A viúva e os filhos foram morar com os pais em uma casa na Raia, em Canoinhas. Os pais de Sandro moram no Rio Grande do Sul e as quatro irmãs dele estão morando fora da cidade. Essa dispersão dos familiares fez com que o caso não fosse acompanhado tão de perto como eles gostariam. Nenhum advogado representa a família no caso. Já Eder tem advogado constituído. Ele hoje mora em Porto União, onde aguarda o júri popular.

 

Júri que não tem previsão de acontecer. Em consulta ao sistema de acompanhamento de processos do Tribunal de Justiça, o JMais constatou que o Ministério Público ainda não emitiu Sentença de Pronúncia, instrumento que avaliza a denúncia.

 

 

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