Quem financiava Beto e Pike?

Essa é a pergunta que não quer calar

QUEM FINANCIOU?

COLUNA DE DOMINGO Quando Beto Passos (PSD) foi eleito prefeito em 2016 tinha um patrimônio declarado de R$ 157 mil. Renato Pike tinha R$ 1 milhão em bens (em 2020 ele manteve as mesmas propriedades e acresceu R$ 400 mil ao seu patrimônio), considerando sua caminhonete e um terreno. Logo no começo de 2017, apontam as investigações do Ministério Público (MPSC), eles trataram de articular o primeiro esquema do governo, com o Coletivo Santa Cruz. Não demorou muito para se associarem a Joziel Dembinski e montarem um esquema que ia além da propina. Consistia em comprar maquinário para equipar Dembinski e facilitar sua vitória em processos licitatórios. O lucro era dividido. O apetite cresceu e, em pouco tempo já tinham surgido até caminhões-fantasma, que carregavam toneladas de material por dia só pra justificar os pagamentos baseados em serviço fake.

Ok, mas peraí. Se o patrimônio de Passos era irrisório e a revenda de veículos de Pike não era exatamente um colosso da economia local, quem financiou o maquinário entregue a Dembinski?

Dois + dois igual a quatro e somando as propinas recebidas do Coletivo seria possível tal investimento em tão curto prazo?

Não seria. O que nos remete a pergunta que intitula esta coluna. Quem mais financiava os dois? Seriam os maquinários deles mesmo? São perguntas que o MPSC deve ser se feito incansavelmente. Se a ponta solta de um novelo prendeu Orildo Severgnini e levou a Adelmo Alberti, é impossível manter no mesmo novelo o esquema liderado por Passos e Pike, segundo a denúncia do MPSC. É um novelo bem mais denso e pesado, ao que tudo indica, não só pelo tamanho da cidade, mas também pela insaciabilidade do prefeito e do vice. A investigação começou de trás para frente? Seria Canoinhas o epicentro?

Há, ainda, várias outras perguntas. Por exemplo: vereadores da gestão passada não viram nada? Nem os de oposição. Aliás, o que o MDB tem a dizer sobre a experiência que tiveram por 12 anos com o Coletivo Santa Cruz? Tudo certinho, então? Diogo Seidel, preso na terça-feira, começou a ascender no governo Beto Faria.

As prisões de Passos e Pike atingem toda uma cidade, milhares de eleitores que acreditaram em uma sucessão de mentiras descaradas. Mas pra sermos justos, parece que há muita gente para pagar junto essa fatura.

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