Ederson Mota afirma que reforma expõe o fisiologismo do Congresso
REFORMA. QUE REFORMA?
O que se vê na tal reforma política para as eleições de 2018 é um arremedo de tentativas individuais, já esperadas, na ânsia de se perpetuar no poder.
Falácias, denominadas de propostas invadem os corredores agitados do congresso nacional, mas a pretensão é única – o favorecimento dos que já usufruem de um mandato nada popular, conforme as pesquisas. Na verdade o que desejavam já conseguiram: aprovação do distritão (os mais votados assumem) e o tão sonhado fundo de campanha, 3 bilhões e 600 milhões de reais para cobrir as despesas da democracia, tudo por conta do contribuinte.
Discute-se agora a divisão do saque aos cofres públicos.
É a raposa com a chave do galinheiro.
Ora se vê, diante de uma crise sem precedentes, a insensibilidade desses poucos valorizados mandatários que alegam ser representantes do povo. Reformas verdadeiras iniciariam pela mudança de procedimentos, pela ficha limpa, pela transparência das ações, pelas exigências de currículo pessoal e principalmente pela preocupação com o bem-estar da nação brasileira que perdeu a confiança nessa gente, após tantas mazelas e gastos inúteis.
Pessoas de boa índole pensariam duas vezes em consumir recursos de tal monta, que salvariam vidas e educariam mais brasileiros.
Que falta nos faz o voto livre e sem obrigatoriedade! Que falta nos faz a ética na política!
E agora? Agora é educar a população e mobilizá-la permanentemente, para que a justiça social prevaleça.
QUARTO VAZIO
Tudo na mais perfeita ordem; impecável, brilhante, tudo em seu lugar, totalmente equipado, últimas novidades tecnológicas, limpeza total, camas novíssimas com roupas de alta qualidade, travesseiros e cobertores disponíveis, a cadeira de descanso reclinável e os sofás complementam o belo e harmônico conjunto.
Lá fora, não tão distante dali, corredores entulhados de doentes em macas ou pelo chão, recebendo atendimento de forma desumana, com ações heroicas de profissionais abnegados, sem condições mínimas de higiene, sujeitos a contágio em ambiente insalubre e agressivo.
O quarto vazio nunca foi utilizado, porque não há pacientes para ocupá-lo nem profissionais disponíveis para atendê-los.
É o resultado de planejamentos mal elaborados, na ânsia de inaugurar, sabe-se por antecipação, o que não tem nenhuma capacidade para funcionar.
E a vida segue com todos esses contrastes, hospitais recém inaugurados que não prestam serviços, escolas construídas sem alunos para frequentá-las, praças de esportes sem condições de uso, ferrovias e estradas importantes que nunca têm fim, e o vertedouro financeiro se alastra sem qualquer preocupação mundo afora, sem compromissos efetivos com a sociedade que tornou-se refém dessas inacabadas, improdutivas e inúteis obras sem destino definido.
O sofrimento gerado atinge sempre quem contribui e precisa de atendimento, ou seja, a parte mais frágil da estrutura social. O problema é que, apesar de tudo, o quarto continua vazio.
E agora? Agora é punir rigorosamente os responsáveis por esses descasos. Aviso: Vai faltar prisão, bem como tornozeleiras.
SERES INVISÍVEIS
Você já notou que pela cidade circulam pessoas que não chamam a atenção?
Trabalham normalmente, empurram seus carrinhos, dirigem suas carroças, passam a pé, com trajes simplórios, examinam lixeiras, juntam sucatas e levam suas vidas com normalidade.
Para alguns observadores são seres “invisíveis”, passam a vida toda despercebidos, ignorados pela maioria, rejeitados pela convenção social.
Quem são essas pessoas? Por que estão sempre perambulando? O que procuram? Fazem parte de alguma estatística? Quando questionados respondem que levam a vida que escolheram e não têm pretensões ou ambições em melhorar ou mudar; tudo está bem enquanto tiverem saúde e ânimo para trabalhar.
Ninguém se preocupa realmente com essas criaturas, tampouco com seus problemas, porque não reclamam, não reivindicam nada, não incomodam, não demonstram insatisfação ou indignação. São realmente invisíveis, mas são sinais de alerta aos governantes, às lideranças, à sociedade em geral.
Esse povo está crescendo gradativamente assim como a apatia, a indiferença, a rejeição que expressam.
Quem precisa mudar de atitude é quem se tornou indiferente aos problemas vividos por essas pessoas, transformando seres normais em invisíveis.
É preciso pensar sobre a nossa invisibilidade, pois para eles já não existimos mais.
E agora? Agora é voltar a atenção para esses seres humanos e respeitar a dignidade que possuem.
LUZES NA ESCURIDÃO
Somos criaturas fotossensíveis, até luminescentes em certas ocasiões, e a clareza, em suas dimensões, faz parte do nosso dia a dia. O sol é, portanto, fator preponderante nesse ciclo, daí sua presença indispensável.
Mas além do processo biológico, ocorre outro no campo do conhecimento, que tornou-se lugar comum em nossas batalhas diárias – a transparência, motivada pela própria conduta ilibada e a dos semelhantes caso ocorra ou não. Quanto mais a exercitamos, mais próximos da honestidade e da probidade nos situamos.
E isso nos faz muito bem, porque gera leveza e limpidez de caráter em nossas consciências, e a sensação de cumprimento de dever nos garante uma vida próspera e equilibrada.
Por isso, torna-se tão grande a indignação, quando vemos o descaso com a causa pública, a omissão diante de evidências, e a disparidade no tratamento dos mais humildes e menos favorecidos.
Que esse magnetismo, essa busca incansável pela verdade seja premiada e citada como exemplo para o homem moderno que desliza para a escuridão da corrupção, da posse ilegal, da vida sem sentido.
Que o exemplo dos que mantêm a família unida e a ética como base vital, que se preocupam com o bem-estar dos semelhantes, sem “jeitinhos”, sem “conchavos”, sem “apadrinhamentos”, sem “nepotismo” e outros –ismos, sem as vantagens “indevidas”, elementos que oneram o serviço público, cegue com o brilho da transparência aqueles que ludibriam, enganam e mentem para se manter no poder.
E agora? Já passou da hora de derrotar as nulidades que envergonham esta nação!
CRISES E SOLUÇÕES
Para um país que viveu inúmeras crises, o Brasil se destaca com um mérito invejável: achou soluções e venceu todas elas.
A crise política, que gerou a econômica e social, na verdade, surgiu do populismo, forma de governo ditatorial, em que distribui-se migalhas para o populacho como se fosse um prêmio, na forma de esmolas, cestas de alimentos e outras formas de paternalismo. Na hora do voto, tem-se apoio popular como se não fosse obrigação do estado o bem-estar da população e o resultado das urnas equivocado está aí na forma de crise, desemprego e outras consequências.
Quer tentar mais uma vez com o mesmo de sempre? Quer experimentar o gosto amargo de ser enganado outra vez? É só votar errado para ver o resultado.
Assim como a crise assume proporções gigantescas, as soluções vêm à tona e já mostram centenas de oportunidades aos trabalhadores do país: próprio negócio, prestação de serviços, pequenas empresas, agroindústrias e outras variáveis, além da clássica economia informal.
Na obra “A riqueza das nações”, Adam Smith deduziu que o que move um país é a mão invisível, o seu povo, que pode levantar torres e construir pontes quando possui um objetivo comum – a prosperidade.
E agora? Agora é o momento de criar, inovar, inventar, projetar o futuro, enfrentar e jogar essa crise no lixo de onde surgiu. E viva a solução!