Foi anunciado nesta segunda-feira, 7, acordo entre os acionistas da RBS e os empresários Lírio Parisotto e Carlos Sanchez, do Grupo NC, juntamente com outros investidores, para a compra das operações de televisão, rádio e jornal que atuam sob a marca RBS em Santa Catarina. A conclusão do negócio está sujeita à condição suspensiva de aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos demais órgãos regulatórios do setor, bem como ao cumprimento de determinadas condições precedentes usuais para estes tipos de transações.
A aquisição parte de uma associação dos empresários para o desenvolvimento de negócios de mídia no Estado de Santa Catarina. Lírio Parisotto atua na área de mídia por meio de sua empresa Videolar e no setor de petroquímica a partir da Innova. Carlos Sanchez amplia o processo de diversificação de seus negócios, a partir do Grupo NC, um dos maiores conglomerados econômicos do país.
Durante reunião com colaboradores, na sede da empresa, em Florianópolis, foi anunciado que o atual diretor-geral de Televisão em Santa Catarina, Mário Neves, será o presidente da empresa. Os investidores destacaram que a gestão dos negócios seguirá normalmente e a independência editorial será mantida. Ressaltaram, ainda, que a decisão é resultado da crença de ambos no enorme potencial do Estado de Santa Catarina e na indústria da comunicação. Todos os investimentos de comunicação dos empresários serão centrados no Estado.
O processo de transição será gerido a partir de comitês com o objetivo de garantir a continuidade e a excelência das operações. A sinergia entre as empresas em Santa Catarina será mantida a partir de parcerias operacionais e comerciais.
Com o movimento, a RBS foca seus esforços de mídia no Rio Grande do Sul, onde o grupo empresarial foi fundado em 1957, com marcas jornalísticas como Zero Hora, Rádio Gaúcha e RBS TV. Além dos negócios de comunicação, o grupo é proprietário da e.Bricks, empresa de investimento digital com atuação no Brasil e nos Estados Unidos.
Desde que chegou a Santa Catarina, a RBS disse em nota que “construiu mais do que um investimento empresarial. Foram 37 anos de compromisso e amizade com catarinenses. A empresa e seus acionistas sentem-se honrados em ter participado do desenvolvimento do Estado, levantando bandeiras como a duplicação da BR-101, o projeto Viver SC e movimentos como Floripa Te Quero Bem, Joinville Faz Bem, Viva Blumenau e Chapecó Tudo Acontece, entre outros.”
O valor da operação não foi revelado, mas especula-se que seja algo em torno de R$ 700 milhões. O Notícias da TV, site ligado ao portal UOL, apurou que Parisotto terá 25% das quotas e Sanchez, 75%.
A Globo confirmou a operação. Em nota oficial, a emissora afirmou que a negociação “marca momento de vitalidade e expansão de sua rede”.
“Movimentações como essa reforçam para nós uma grande certeza no futuro. A aquisição vai permitir que a RBS, histórico e importante parceiro da Globo, possa concentrar e fortalecer sua atuação no Rio Grande do Sul, ampliando seus investimentos e sua essencial contribuição para o desenvolvimento da economia gaúcha. Além disso, traz novos investidores para o negócio de mídia. Isso coroa um momento de grande vitalidade da Rede Globo, com o fortalecimento da nossa atuação regional e de nosso foco na brasilidade e no desenvolvimento dos talentos, da programação e dos mercados locais”, afirmou Willy Haas, diretor-geral de Negócios da Globo, em nota da emissora.