De modo geral, as eleições 2016 não serão fáceis para os prefeitos que tentam a reeleição. É o que dizem os próprios eleitores. Segundo pesquisa do Ibope, feita a pedido do jornal O Estado de S.Paulo, menos de um terço dos brasileiros pretende votar no prefeito da cidade onde mora (22%) ou no candidato indicado por ele (8%). A maior parte prefere alguém de oposição (40%) ou diz que não votará em ninguém (16%). O restante não sabe ou não respondeu.
O resultado é ruim para quem está no poder, mas poderia ser pior. Cerca de um terço dos eleitores está indeciso, contrariado com todos os partidos ou nem pensou em eleição. É aí que os candidatos governistas buscarão os votos que lhes faltam. Como será uma campanha curta e sem doações empresariais oficiais, candidatos mais conhecidos levam vantagem – em tese.
A tendência oposicionista reflete problemas locais e a crise nacional, mas a pesquisa mostra que uns prefeitos terão mais dificuldade do que outros. As chances variam segundo a região do País. Aqui no Sul, a tendência é de 27 a 33%. Depende também do partido do prefeito. Os prefeitos petistas (17%) e seus candidatos (5%) têm, em média, apenas 22% de intenção de voto, contra 33% declarados para candidatos de oposição. Dentro dessa perspectiva, fez bem Beto Passos, que migrou do PT para o PSD em agosto do ano passado.
Mas engana-se quem acha que a lama na qual o partido se envolveu à nível nacional só deixa o PT em maus lençóis. A situação talvez seja até pior para o PMDB. Em média, a intenção de voto nos prefeitos do partido (14%) e candidatos apoiados por eles (10%) é tecnicamente igual à dos petistas, mas a declaração de voto em candidatos de oposição aos prefeitos peemedebistas é a mais alta entre todos os partidos: 49%.
Por conta da crise do governo federal, poderia se imaginar que o PSDB seria favorito nos pleitos municipais. Mas a pesquisa Ibope também mostra dificuldade para os prefeitos tucanos. Embora eles tenham taxas de apoio mais altas do que petistas e peemedebistas (26% + 6% a candidatos apoiados por eles), a parcela dos eleitores de municípios governados pelo PSDB que declaram intenção de voto em candidatos de oposição é alta: 45%. Ou seja, não tá fácil pra ninguém.
Falando nisso, a coluna omitiu na semana passada que esta, teoricamente, é a última eleição a prefeito com posssibilidade de reeleição. Segundo a minirreforma aprovada no ano passado, o próximo prefeito eleito não pode se candidatar a reeleição em 2020. Mas mantenho a análise já que mudar a lei em favor próprio é especialidade dos nobres congressistas. Abafado pela mídia simpática a reeleição de FHC em 1998, o escândalo da compra de apoio para aprovar a reeleição ainda ecoa em tempos de mensalão e lava-jato.
Ainda sobre a pesquisa
Nas metrópoles, o eleitor se mostra mais em dúvida sobre em quem votar: 40% não têm candidato ou não sabem responder, contra 23% no interior. Explica-se: nas cidades menores, o eleitor está mais perto dos políticos, os conhece pessoalmente, sabe quem é quem. Como consequência, os alinhamentos eleitorais são mais precoces.
Nos municípios interioranos, 44% declaram preferência por um candidato a prefeito de oposição à atual administração. Mas o apoio aos prefeitos no poder ou a seus candidatos também é maior nas cidades do interior: 33%, contra 27% nas capitais e 24% nas cidades do seu entorno. O resultado da eleição nessas cidades menores dependerá, portanto, do número de candidatos fortes.
Renato Pike conversa muito mais sobre cenário político com Wilson Pereira do que com gente de seu próprio partido. A foto ilustra o companheirismo de Pike (D) com o vice (E) tendo outro aliado, Gil Baiano (C) como adendo durante a assinatura de um contrato para reforma de abrigos para passageiros de ônibus na terça-feira, 19. Os vereadores assinaram como testemunhas.
Acerto em Três Barras
PP e PMDB acertaram que vão lançar nos próximos dias os nomes do vice-prefeito Alinor Lescovitz (PP) e de Gerson de Sousa, o Dunca (PMDB) em uma pesquisa para apontar qual dos dois é o candidato mais forte à sucessão de Elói Quege (PP). Aquele que se sair melhor na pesquisa será o candidato com apoio da sigla parceira.
Em Bela Vista do Toldo
Adelmo Alberti (PSDB) se movimenta para concorrer contra Gilberto Damaso (PMDB) que, claro, vai tentar a reeleição. Carlinhos Schiessl (PSD) teria aceitado ser seu candidato a vice, mas agora cresceu o olho e quer a vaga principal. Ele tem se empenhado em emplacar Alberti na gerência regional da Fatma, hoje ocupada pelo protegido de Raimundo Colombo, Ivo Dolinski. A ideia seria tirar Alberti do processo e ele assumir a disputa contra Damaso.
Difícil que o plano de Schiessl dê certo, e se der, Alberti esperto como só, aceita a vaga, coloca um protegido para ocupá-la e enterra o sonho de Schiessl.
Vereador CVC
32% do valor gasto com diárias em 2015 na Câmara de Bela Vista do Toldo foi para custear viagens do vereador Élcio Magalhães (PSDB). O tucano passou pelo menos 31 dias em cursos das mais diversas temáticas ao longo do ano.
RÁPIDAS
CORREÇÃO: O ex-secretário de Administração de Canoinhas já está trabalhando na Serrana Engenharia, e não na WestRock, conforme publicado na edição passada.
VÍNCULO: A Serrana detém a concessão para coleta de lixo em Canoinhas e Três Barras.
INCOMPATÍVEL: Elói Quege (PP) descartou a possibilidade de apoiar Gilson Nagano (DEM) na disputa por sua sucessão
60 MIL: vagas com carteira assinada foi o saldo negativo de Santa Catarina em 2015. Foi a primeira vez, desde 2003, que o Estado fecha o ano no negativo em geração de empregos.
REGIÃO: A região de Canoinhas, que compreende os municípios de Bela Vista do Toldo, Mafra, Papanduva, Três Barras, Porto União, Monte Castelo, Irineópolis e Timbó Grande perdeu mais de mil empregos formais em 2015.
CAGED: É o que aponta o Cadastro de Empregados e Desempregados, segundo dados divulgados ontem. A variação maior está em Mafra, que perdeu 350 vagas formais no ano passado. Canoinhas perdeu 255 vagas e Três Barras, 254.
QUEDA LIVRE: Para se ter uma ideia do tamanho da queda, em 2014, Canoinhas tinha obtido saldo positivo de 305 vagas; Mafra, 197; Irineópolis, 70; e Três Barras, 293.