Sábado, 25 de abril de 2020
O Globo
Manchete: MORO SAI ATIRANDO
Ex-juiz da Lava-Jato acusa Bolsonaro de intervir na PF; presidente rebate e fala em pressão por cargo no STF
Ao anunciar sua saída do Ministério da Justiça, o ex-juiz Sergio Moro, símbolo da Operação Lava-Jato e do combate à corrupção, fez acusações contundentes ao presidente Jair Bolsonaro, a quem imputou tentativas de interferência política na Polícia Federal (PF). A crise desencadeada por sua demissão, que pode ser um divisor de águas da era Bolsonaro, teve como estopim a exoneração do diretor-geral da PF, MaurícioValeixo, homem da confiança de Moro, que lembrou a promessa de “carta branca” que o presidente lhe fez ao nomeá-lo. Bolsonaro rebateu afirmando que “autonomia não é soberania”. Moro acusou Bolsonaro de tentar seguidas intervenções na gestão da PF e de desejar nomear para postos de comando pessoas “para quem pudesse ligar para colher informações”. O presidente negou as acusações, mas admitiu que pedia relatórios diários da PF e que “implorava” por apuração da facada que sofreu em 2018. Segundo Moro, o presidente expressou “preocupação” com inquéritos em curso no STF. Ele se referia a investigações sobre disseminação de fake news e organização de atos contra a democracia, que podem atingir aliados e filhos de Bolsonaro. O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu que seja investigada a possível prática de seis crimes pelo presidente, entre eles falsidade ideológica, prevaricação e obstrução da Justiça. Panelaços foram ouvidos durante a fala de Moro e também quando Bolsonaro respondeu, no Planalto, ladeado por todos os seus ministros. Ele acusou Moro de ter tentado barganhar uma vaga no STF em novembro, o que foi negado pelo ex-juiz. Ao Jornal Nacional, Moro exibiu mensagem de texto na qual o presidente se refere a diligências da PF como “mais um motivo para a troca” (no comando). No Congresso, no STF e entre governadores, as reações foram de choque e preocupação. PÁGINAS 4 A 12
- PGR pede ao Supremo abertura de inquérito sobre possíveis crimes
- Ex- ministro apresenta prova de tentativa de interferência em investigação
- Congresso e governadores reagem com preocupação e choque à nova crise
- Incerteza política derruba Bolsa e impulsiona dólar
- Brasil tem 3.670 mortes e quase 53 mil casos diagnosticados
- Alta abusiva no preço causa falta de insumos no Pedro Ernesto
- Com UTIs lotadas, Estado do Rio abre hospital de campanha
- Óbitos dobram em 10 dias e chegam a mais de 50 mil nos EUA
Folha de S. Paulo
Manchete: Moro sai, acusa Bolsonaro de fraude e ingerência na PF e aprofunda crise
Sérgio Moro pediu demissão ontem do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro e acusou o presidente de fraude e de querer ter acesso a informações e relatórios confidenciais da Polícia Federal. “Não tenho condições de persistir aqui”, disse o ex-juiz federal, símbolo da Operação Lava Jato, que terminou seu discurso no fim da manhã se colocando “à disposição do País” no futuro.
A saída foi precipitada pela exoneração do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, publicada de madrugada no Diário Oficial da União, com assinatura digital de Moro. “Não assinei esse decreto”, declarou o agora ex-ministro.
- Presidente diz que ex-ministro exigiu vaga no Supremo e admite interesse em ações da polícia
- PGF pede abertura de inquérito sobre acusações
- País registra panelaços
- Ex-juiz mostra mensagem com pressão do presidente
- Centrão defende Bolsonaro e não vê clima para destruí-lo
- Cenário faz mercado temer saída de Guedes
- Trump sugere injeção de desinfetante contra vírus e gera reação
- Volta às aulas em São Paulo começará pelo infantil e terá rodízio
- Homicídios em SP têm maior aumento em 7 anos no mês de março
- Para reabrir, cidades paulistas recorrem ao STF e a estudos
O Estado de S. Paulo
Manchete: ‘FALEI QUE SERIA UMA INTERFERÊNCIA POLÍTICA. ELE DISSE QUE SERIA MESMO’
- Moro deixa governo e acusa Bolsonaro de querer obter relatórios da PF
- PGR pede inquérito ao STF
- Para juristas, presidente pode ter cometido 7 crimes Ex-ministro mostra diálogos como provas
Horas após a demissão, por Jair Bolsonaro, do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, o ministro Sérgio Moro anunciou que deixava a pasta da Justiça e fez acusações contra o presidente. Moro afirmou que Bolso na rolhe disseque“queri ater( na chefiada PF) um apessoado contato pessoal dele” para “colher informações, relatórios de inteligência”. “Falei que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo”, relatou o ministro demissionário. Moro disse ter provas das acusações que fazia e, à noite, apresentou cópias de diálogos em que Bolsonaro demonstrou preocupação com inquérito no Supremo Tribunal Federal. Juristas disseram que Moro pode ter relatado até 7 crimes. O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu investigação ao STF. Representantes de partidos cobraram o impeachment ou a renúncia de Bolsonaro. “Que renuncie antes de ser renunciado. Poupenos”, disse o ex-presidente Fernando Henrique. POLÍTICA – PÁGINAS A4 E A15
- Bolsonaro fala em traição
- Presidente se transformou em ‘zumbi’, dizem militares
- Empresário bolsonarista quer Mourão no comando
- Demissão leva dólar a R$ 5,66
- Covid-19 – Em 24h, País registra 357 mortes e 3,5 mil infecções