Das 11 cidades que compõem a região, Itaiópolis, Mafra, Papanduva e Timbó Grande tiveram saldo negativo de empregos
O mercado de trabalho em Canoinhas e região no ano passado teve leve reação. Em Canoinhas, por exemplo, o saldo positivo de 175 empregos mostra que a cidade está se recuperando depois de dois anos com saldo negativo (2015 e 2016). Em 2017, o saldo já havia sido positivo. Para 2019, há grande expectativa na reativação do parque fabril da antiga empresa Fuck, que passa a ser controlado pela Brasnile. A empresa já está fazendo as primeiras contratações.
Três Barras teve o saldo positivo mais alto no ano passado, com 258 empregos.
Das onze cidades que compõem a região, Mafra foi a que teve pior desempenho, com perda de 154 postos de trabalho. Papanduva perdeu 124, Itaiópolis, 18, e Timbó Grande, 10.
Os dados foram publicados nesta quarta-feira, 23, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Para o prefeito de Canoinhas, Beto Passos (PSD), a recuperação é um bom sinal, que mostra um período de recuperação. “A Brasnile vai ser um ponto muito importante, temos outras notícias de que empresas de pequeno porte, oferecendo de 10 a 50 empregos, também vão estar abrindo suas portas nos primeiros meses do ano, aquecendo o mercado de trabalho”, comemorou. Segundo Passos, o Município tem trabalhado para oferecer mecanismos como a lei aprovada recentemente na Câmara que concede incentivos fiscais, a fim de fomentar o empreendedorismo. “Vamos continuar a trabalhar para criar uma atmosfera positiva visando atrair empreendimentos”, afirmou.
Para o secretário da Associação dos Municípios do Planalto Norte (Amplanorte), Hélio Daniel Costa, os números positivos mostram que o setor madeireiro pode ter contribuído de maneira expressiva considerando a alta do dólar, o que incentivou as exportações, especialmente em Três Barras, onde está a Compensados Fuck, e em Papanduva, onde existem duas madeireiras de grande porte. Ainda falando de Três Barras, Costa lembra que o setor papeleiro, que tem duas grandes indústrias na cidade (Mili e WestRock), só cresceu.
O decréscimo em Mafra, para Hélio, se justifica pela multinacional Kromberg & Schubert, que tem uma unidade na cidade desde 2017. “A empresa chegou a ter 1.600 funcionários e hoje está com cerca de 1.000, isso porque a Volkswagen diminuiu a demanda”, opina. A empresa produz chicotes automotivos para a montadora.
COMÉRCIO É QUE MAIS EMPREGA
A maioria dos empregos criados em Canoinhas foram no comércio (117), seguido do setor de serviços (97). Em Mafra o mesmo quadro se repete, com 292 empregos criados no comércio enquanto que a indústria eliminou 347 postos de trabalho.
RADIOGRAFIA DE 2018 NA REGIÃO
Município | Mineral | Indústria | Utilidade pública | Construção Civil | Comércio | Serviços | Adm. Pública | Agropec | Total |
Bela Vista do Toldo | 0 | 13 | 0 | 0 | 11 | 7 | 0 | 3 | 34 |
Canoinhas | -2 | 25 | -3 | -62 | 117 | 97 | -4 | 7 | 175 |
Irineópolis | -1 | 9 | 4 | 0 | -8 | 11 | 0 | 3 | 18 |
Itaiópolis | 0 | -5 | 4 | -11 | -17 | 24 | 0 | -13 | -18 |
Mafra | -1 | -347 | 10 | 11 | 292 | -71 | 0 | -48 | -154 |
Monte Castelo | 0 | 28 | -2 | 23 | -29 | 26 | 3 | 1 | 50 |
Major Vieira | 0 | 33 | 0 | -3 | 5 | 0 | 0 | 13 | 48 |
Papanduva | -1 | 40 | 0 | -2 | 12 | 35 | 4 | -212 | -124 |
Porto União | -5 | 43 | 0 | -27 | 33 | 53 | 0 | -17 | 80 |
Timbó Grande | 0 | -23 | 0 | 8 | -8 | 5 | 0 | 8 | -10 |
Três Barras | 24 | 162 | 0 | 50 | 2 | 33 | -6 | -7 | 258 |
ESTADO
Santa Catarina terminou 2018 com o saldo positivo de 41.718 empregos, apontam os dados Cage. Ao longo de todo o ano passado foram concretizadas 981,3 mil contratações contra 939,6 mil demissões.
O resultado é 41,7% maior que o total registrado em 2017 (29,4 mil) e também é o melhor saldo desde 2014, quando SC tinha criado 53,5 mil postos de trabalho (conforme o saldo ajustado). Apesar disso, o saldo de 2018 ainda não superou os anos pré-crise. No saldo anual SC é o Estado com o terceiro melhor desempenho em todo país, atrás apenas de Minas Gerais (81.919) e São Paulo (146.596).
No consolidado do ano, o setor de serviços (26,2 mil) e do comércio (10,2 mil) foram os que tiveram o melhor desempenho do período. Outras quatro áreas também fecharam os últimos 12 meses com saldos positivos: indústria da transformação (4.911), serviços industriais de utilidade pública (1.091), construção civil (658) e extrativa mineral (71).
PAÍS
O Brasil fechou 2018 com saldo positivo de 529,5 mil novos empregos formais, segundo o Caged. Foi o melhor resultado desde 2013 e o primeiro saldo positivo desde 2014, quando houve geração de 420,6 mil empregos formais.
Em dezembro, em decorrência da sazonalidade negativa do mês em alguns setores de atividade, o mercado formal teve retração. A queda do saldo no mês (-334,4 mil postos) foi resultado de 961,1 mil de admissões e 1,2 milhão de desligamentos. O Comércio se destacou positivamente, com abertura de 19,6 mil novos postos. O resultado foi impulsionado pelo subsetor do Comércio Varejista (21,9 mil postos formais). Apesar de ser, historicamente, um período de retração, o último mês de 2018 pode ser considerado o segundo melhor para o mercado formal desde dezembro de 2007, quando foram fechadas 319,4 mil vagas.