Instituto divulgou, também, dados sobre mortalidade infantil e mercado de trabalho para idosos; 67,7% dos idosos ocupados começaram a trabalhar com até 14 anos
Pelo menos 63,8% dos catarinenses acima dos 15 anos estão em alguma união estável. O Estado apresenta a maior proporção de pessoas casadas no civil ou religioso do país, 43,6%. O restante (20,2%) estão em uma união consensual, conhecida como união estável. Os dados foram apresentados na manhã desta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Síntese de indicadores sociais, referente a 2015.
No Brasil, a proporção que vive em união é de 56,3%. esse percentual é composto pelas pessoas que são casadas no civil e/ou religioso (36,5%) e as unidas de forma consensual (19,8%). Os Estados que apresentam menor taxa de pessoas casadas são Amapá (21,1%) e Roraima (24,1%). Já o Paraná aparece na segunda colocação, logo atrás de SC, com maior taxa: 43,5%.
Santa Catarina também se destaca na taxa de fecundidade, o Estado segue com o menor índice do país. Cada catarinense tem em média 1,55 filho. No Brasil essa taxa é de 1,72. No Estado, essa taxa diminuiu 21% entre 2005 e 2015. No levantamento do ano passado, a taxa era de 1,57 em SC.
O Estado apresenta ainda a maior expectativa de vida ao nascerpara homens (75,4 anos) e mulheres (82,1 anos) do país. Os extremos opostos foram encontrados em Alagoas (66,5 anos) e Roraima (74 anos), respectivamente.
IDOSOS
De 2005 para 2015, a proporção de idosos de 60 anos ou mais na população do Brasil passou de 9,8% para 14,3%. Ao mesmo tempo, observou-se queda no nível de ocupação dos idosos de 30,2% para 26,3%. O perfil do grupo de idosos que trabalham sofreu mudanças: diminuiu a proporção de idosos ocupados que recebiam aposentadoria, de 62,7% para 53,8%, e aumentou a participação de pessoas com 60 a 64 anos entre os idosos ocupados, de 47,6% para 52,3%.
Entre os idosos ocupados, 67,7% começaram a trabalhar com até 14 anos de idade. As pessoas de 60 anos ou mais inseridas no mercado de trabalho possuem baixa média de anos de estudos (5,7 anos) e 65,5% delas tinham o ensino fundamental como nível de instrução mais elevado.
Entre os jovens 15 a 17 anos de idade, entre 2005 e 2015, aumentou de 59,3% para 70,9% a proporção dos que somente estudavam, diminuindo a proporção daqueles que estudavam e trabalhavam na semana de referência, de 22,3% para 14,1%.
Porém, a taxa de escolarização para esse grupo avançou lentamente entre 2005 e 2015, crescendo somente 3,4 pontos percentuais (de 81,6% para 85,0%). Houve redução de 36,9% para 26,4% na taxa de distorção idade-série (proporção de estudantes no ensino regular com idade dois anos ou mais acima da esperada para a série que frequentavam, em relação ao total de estudantes), mas o atraso escolar ainda afeta 40,7% dos estudantes de 15 a 17 anos com menores rendimentos, cinco vezes mais do que para os estudantes com maiores rendimentos.
Cerca de um em cada quatro (22,5%) jovens de 15 a 29 anos não frequentava escola nem trabalhava na semana de referência em 2015, os chamados “nem-nem”, sendo que essa proporção cresceu 2,8 pontos percentuais frente a 2005 (19,7%). Já a proporção de pessoas de 25 a 34 anos de idade que estavam na condição de filho no arranjo familiar passou de 21,7%, em 2005, para 25,3%, em 2015.
MORTALIDADE INFANTIL
Em 2015, a esperança de vida ao nascer no Brasil era de 75,5 anos (75 anos, 5 meses e 26 dias), um aumento de 3 meses e 14 dias em relação a 2014 (75,2 anos). Para a população masculina, o aumento foi de 3 meses e 22 dias, passando de 71,6 anos para 71,9 anos. Já para as mulheres, o ganho foi um pouco menor (3 meses e 4 dias), passando de 78,8 anos para 79,1 anos. A taxa de mortalidade infantil (até 1 ano de idade) ficou em 13,8 para cada mil nascidos vivos e a taxa de mortalidade na infância (até 5 anos de idade), em 16,1 por mil.
Expectativa de vida ao nascer – Brasil
1940/2015
Ano | Expectativa de vida ao nascer | Diferencial entre os sexos (anos) |
||
---|---|---|---|---|
Total | Homem | Mulher | ||
1940
|
45,5
|
42,9
|
48,3
|
5,4
|
1950
|
48,0
|
45,3
|
50,8
|
5,6
|
1960
|
52,5
|
49,7
|
55,5
|
5,9
|
1970
|
57,6
|
54,6
|
60,8
|
6,2
|
1980
|
62,5
|
59,6
|
65,7
|
6,1
|
1991
|
66,9
|
63,2
|
70,9
|
7,8
|
2000
|
69,8
|
66,0
|
73,9
|
7,9
|
2010
|
73,9
|
70,2
|
77,6
|
7,4
|
2015
|
75,5
|
71,9
|
79,1
|
7,2
|
Δ (1940/2015) |
30,0
|
29,0
|
30,8
|
Em 2015, a unidade da federação com a maior expectativa de vida ao nascer foi Santa Catariana (78,7 anos), que também apresentou a maior esperança de vida para os homens (75,4) e para as mulheres (82,1). No outro extremo, estão o Maranhão, com a menor expectativa de vida ao nascer para ambos os sexos (70,3 anos), Alagoas, com a menor esperança de vida para os homens (66,5 anos), e Roraima, com a menor para as mulheres (74,0 anos). A maior diferença entre as expectativas de vida entre homens e mulheres foi verificada em Alagoas, 9,5 anos a favor das mulheres, seguido da Bahia (9,1 anos) e Sergipe (8,4 anos).
De 1940 a 2015, a esperança de vida ao nascer para ambos os sexos passou de 45,5 anos para 75,5 anos, um aumento de 30 anos. No mesmo período, a taxa de mortalidade infantil caiu de 146,6 óbitos por mil nascidos vivos para 13,8 óbitos por mil, uma redução de 90,6%.
Todas as idades foram beneficiadas com a diminuição dos níveis de mortalidade, principalmente as idades mais jovens, nas quais se observam os maiores aumentos nas expectativas de vida, com maior intensidade na população feminina. Em 1940, um indivíduo ao completar 50 anos tinha uma expectativa de vida de 19,1 anos, vivendo em média 69,1 anos. Com o declínio da mortalidade neste período, um mesmo indivíduo de 50 anos, em 2015, tem uma expectativa de vida de 30,2 anos e consequentemente uma vida média de 80,2 anos, vivendo em média 11 anos a mais do que um indivíduo da mesma idade em 1940.
1940/2015
Idade | Expectativas de vida | Variação (em anos ) 1940/2015 |
Tempo Médio de Vida Ambos os Sexos |
|||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1940 | 2015 | |||||||||||
Total | Homem | Mulher | Total | Homem | Mulher | Total | Homem | Mulher | 1940 | 2015 | ||
0
|
45,5
|
42,9
|
48,3
|
75,5
|
71,9
|
79,1
|
30,0
|
29,0
|
30,8
|
45,5
|
75,5
|
|
1
|
52,2
|
49,7
|
54,9
|
75,5
|
72,0
|
79,1
|
23,3
|
22,3
|
24,2
|
53,2
|
76,5
|
|
5
|
52,5
|
49,7
|
55,3
|
71,7
|
68,2
|
75,3
|
19,2
|
18,5
|
20,0
|
57,5
|
76,7
|
|
10
|
48,3
|
45,5
|
51,1
|
66,8
|
63,3
|
70,4
|
18,5
|
17,8
|
19,3
|
58,3
|
76,8
|
|
15
|
43,8
|
41,1
|
46,6
|
61,9
|
58,4
|
65,4
|
18,1
|
17,3
|
18,8
|
58,8
|
76,9
|
|
20
|
39,6
|
36,9
|
42,5
|
57,2
|
53,9
|
60,6
|
17,5
|
17,0
|
18,1
|
59,6
|
77,2
|
|
25
|
36,0
|
33,3
|
38,8
|
52,6
|
49,5
|
55,7
|
16,6
|
16,2
|
16,9
|
61,0
|
77,6
|
|
30
|
32,4
|
29,7
|
35,2
|
48,1
|
45,1
|
50,9
|
15,7
|
15,3
|
15,7
|
62,4
|
78,1
|
|
35
|
29,0
|
26,3
|
31,6
|
43,5
|
40,7
|
46,2
|
14,5
|
14,4
|
14,6
|
64,0
|
78,5
|
|
40
|
25,5
|
23,0
|
28,0
|
38,9
|
36,3
|
41,4
|
13,3
|
13,2
|
13,4
|
65,5
|
78,9
|
|
45
|
22,3
|
19,9
|
24,5
|
34,5
|
32,0
|
36,8
|
12,2
|
12,0
|
12,3
|
67,3
|
79,5
|
|
50
|
19,1
|
16,9
|
21,0
|
30,2
|
27,9
|
32,3
|
11,1
|
11,0
|
11,2
|
69,1
|
80,2
|
|
55
|
16,0
|
14,1
|
17,7
|
26,0
|
23,9
|
28,0
|
10,0
|
9,7
|
10,3
|
71,0
|
81,0
|
|
60
|
13,2
|
11,6
|
14,5
|
22,1
|
20,2
|
23,8
|
8,9
|
8,5
|
9,3
|
73,2
|
82,1
|
|
65
|
10,6
|
9,3
|
11,5
|
18,4
|
16,7
|
19,8
|
7,8
|
7,4
|
8,3
|
75,6
|
83,4
|
|
70
|
8,1
|
7,2
|
8,7
|
15,0
|
13,5
|
16,2
|
6,8
|
6,3
|
7,5
|
78,1
|
85,0
|
|
75
|
6,0
|
5,4
|
6,3
|
12,0
|
10,7
|
12,9
|
6,0
|
5,3
|
6,5
|
81,0
|
87,0
|
|
80 anos ou +
|
4,3
|
4,0
|
4,5
|
9,4
|
8,4
|
10,1
|
5,1
|
4,4
|
5,6
|
Sobremortalidade masculina é maior entre os jovens de 20 a 24 anos
Em 2015, um homem de 20 anos tinha 4,5 vezes mais chance de não completar os 25 anos do que uma mulher do mesmo grupo de idade (20 a 24 anos). A sobremortalidade masculina (maior mortalidade da população masculina em relação à feminina) concentrava-se nos grupos de idade chamados de adultos jovens, de 15 a 19 anos de idade (3,6), 20 a 24 anos de idade (4,5) e 25 a 29 anos (3,6). Este fenômeno pode ser explicado pela maior incidência dos óbitos por causas violentas ou não naturais, que atingem com maior intensidade a população masculina.
A inexistência de sobremortalidade masculina em níveis elevados no grupo de adultos jovens em 1940 comprova que este fenômeno é proveniente de regiões que passaram por um rápido processo de urbanização e metropolização, como no caso do Brasil.
Expectativa de vida aos 65 anos de idade é de mais 18,4 anos
Em 1940, um indivíduo ao atingir 65 anos esperaria viver em média mais 10,6 anos, sendo que, no caso dos homens, seriam 9,3 anos e, no das mulheres, 11,5 anos. Em 2015, esses valores passaram a ser de 18,4 anos para ambos os sexos, 16,7 anos para homens e 19,8 anos para as mulheres. Em 1940, a população de 65 anos ou mais representava 2,4% da total. Em 2015, 7,9%.
As expectativas de vida ao atingir 80 anos foram de 9,4 (total), 10,1(mulheres) e 8,4 (homens). Em 1940, estes valores eram de 4,3 para ambos os sexos, de 4,5 para as mulheres e de 4,0 para os homens.
Entre 1940 e 2015 também diminuiu a mortalidade feminina no período fértil, de 15 a 49 anos de idade. Em 1940, de cada cem mil nascidas vivas, 77.777 iniciaram o período reprodutivo e dessas, 57.336 completaram esse período. Já em 2015, de cada cem mil nascidas vivas, 98.302 atingiram os 15 anos de idade e 94.052 chegaram ao final do período. A probabilidade de uma recém-nascida completar o período fértil passou de 573‰ (por mil) em 1940 para 941‰ em 2015.
A fase adulta (15 a 59 anos de idade) também foi beneficiada com o declínio dos níveis de mortalidade. Em 1940, de 1.000 pessoas que atingiram os 15 anos, 535 aproximadamente completaram os 60 anos. Já em 2015, 858 atingiram essa idade.