Tony Goes
Se Ryan Lochte tivesse ficado quieto, o mundo jamais ficaria sabendo de suas estripulias na madrugada de sábado para domingo passada. Mas o nadador americano ligou para a mãe quando chegou à Vila Olímpica, por volta das sete da manhã, e contou para ela que havia sido assaltado à mão armada. Foi dormir e no dia seguinte o circo estava armado. A mãe havia alertado a mídia, que já vinha fazendo há meses reportagens apocalípticas sobre o caos reinante no Rio. De repente, o desastre previsto se confirmava, depois que a zika e o terrorismo não deram as caras.
E foi aí que Lochte errou mesmo. Ao invés de desmentir o assalto, insistiu na potoca e acrescentou detalhes escabrosos.
O moço tem um histórico de se meter em confusão, o que pode ter levantado a suspeita de que as coisas não teriam se passado exatamente daquele jeito. Alguns jornalistas e a polícia carioca foram atrás, e logo afloraram os vídeos comprometedores.
Agora Lochte periga perder contratos de propaganda, e ficou com a imagem bem arranhada. Um castigo e tanto para quem amarga a posição de número 2 há anos, sempre ofuscado por Michael Phelps. As lições desse episódio são muitas, principalmente para os estrangeiros que olham para o Brasil com desdém. E o fato é que nossas autoridades se comportaram com brio e precisão, mostrando que as instituições funcionam por aqui. Agora só nos falta arrasar com a cerimônia de encerramento.