Secretário anuncia remanejamento e chama concursados para resolver crise

Uma comissão formada por professores da rede municipal de ensino e vereadores se reuniu com o secretário de Educação de Canoinhas, Hamilton Wendt (foto) e o vice-prefeito Wilson Pereira (PMDB), na noite desta terça-feira, 10. Wendt e Pereira prometem apresentar um plano de remanejamento de profissionais da Educação para remediar a falta de cerca de 30 professores em sala de aula.

Na reunião, professores relataram que estão tendo de assumir turmas com até 34 alunos, sendo que três de educação especial, como foi um dos casos exemplificados. Além do remanejamento, desde segunda-feira, 9, o Município está chamando professores concursados em 2012. A expectativa do secretário é de que até o dia 20 os concursados comecem a assumir suas funções. Além disso, um novo concurso foi aberto. As inscrições vão até sexta-feira, 13.

A crise na educação de Canoinhas começou no ano passado, quando o Executivo assinou Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público que obriga o Município a restringir a contratação de Admitidos em Caráter Temporário (ACTs) apenas para casos de titulares que estejam de licença ou férias.

As regras das contratações, segundo o secretário, só foram definidas em 15 de dezembro do ano passado, o que explica o fato de as contratações só terem iniciado agora. “Todas as escolas e CEIs estão em funcionamento. Teremos de esperar as questões protocolares do concurso, mas espero finalizar todo o processo até o fim do mês”, afirma.

 

CPI

Após visitar escolas municipais no primeiro dia do ano letivo, vereadora Cris Arrabar (PT) sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar supostas irregularidades na condução da secretaria de Educação.

A proposição, apresentada na sessão de segunda-feira, 9, necessita da assinatura de quatro vereadores para ser colocada em prática. Além dela, vereadores Paulo Glinski (PSD) e João Grein (PT) são favoráveis à investigação.

Para a vereadora, a incompetência na gestão da pasta fica evidente pela falta professores, serventes e monitores constatados em praticamente todas as unidades em que esteve.

Ela ainda considera o descumprimento do TAC, firmado com o Ministério Público, como um dos motivos para que a CPI seja instalada.

Problemas estruturais verificados em diversas unidades também são apontados como agravantes, segundo Cris.

Na tribuna da Câmara, a vereadora repudiou a atitude de pessoas ligadas à pasta da Educação que supostamente vêm ameaçando profissionais da rede municipal de ensino. “Tem diretor que quase chorou na minha frente. Foram avisados da minha visita e que teriam que dizer que estava tudo bem”, denunciou.

Segundo ela, professores que na semana passada vieram até a Câmara para pleitear a reforma do Plano de Cargos e Salários, também estariam sofrendo perseguição. “Estão com um X marcado lá na secretaria (Educação), alguns já com algumas sanções”, criticou.

Wendt disse que CPI é uma prerrogativa da Câmara e ele não pode interferir. Ele se queixou da intolerância dos professores e de setores da imprensa. “Inauguramos o Aroldo (Carneiro de Carvalho) na semana passada, uma excelente estrutura, mas tudo se apaga por causa dessas questões.”

O vice-prefeito disse não ver motivos para a abertura de uma CPI: “Vejo que CPI tem de investigar corrupção e não é esse o caso.”

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