Há algo de estranho no setor de transportes em Canoinhas. Há décadas o Coletivo Santa Cruz opera sem licitação. Em 2013, o ex-prefeito de Canoinhas Orlando Krautler (DEM) foi condenado a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto por durante seus dois mandatos ter concedido ao Santa Cruz a exploração dos serviços de transporte sem licitação, alegando ser a empresa a única capaz de desempenhar a função no município. Segundo argumentou o Ministério Público, o Coletivo Santa Cruz vem desde sua fundação, em 1974, explorando os serviços de transporte coletivo amparada em contrato de concessão de serviço firmado pelo então prefeito à época, Alfredo Garcindo. Leoberto Weinert (PMDB), sabendo disso, não moveu uma palha para mudar a história e se livrar de uma condenação que, salvo o Ministério Público durma no ponto, virá menos dia, mais dia. Seu sucessor, Beto Faria (PMDB), corre pela mesma raia. Na metade do mandato, ainda não abriu processo licitatório. Promete para este ano e diz que depende de uma planilha de receitas e despesas que o Coletivo precisa apresentar para dar início ao processo.
Os táxis também carecem de regulamentação. Weinert até tentou, mas enfrentou a ira do setor, que reclamou de ter de equipar os carros com ar-condicionado e air bag. Weinert recuou e o beija-mão aos vereadores continua. Para se manter no serviço, os taxistas conseguem alvarás provisórios que são aprovados pelos vereadores. Os alvarás são vetados pelo prefeito, mas de volta à Câmara, os vetos são derrubados e, assim, a Câmara se tornou o administrador informal do sistema de táxis de Canoinhas. Outra pendência para Faria, que promete abrir um processo licitatório mais equilibrado e menos rigoroso, a fim de agradar gregos e troianos. A conferir.
Hospitais no sufoco
Hospitais filantrópicos, como é o caso do Santa Cruz de Canoinhas, têm suado neste início de ano com a moratória do Estado, que vem desde o ano passado. Por isso, nesta semana, administradores de hospitais se reuniram com o novo secretário de Saúde, João Paulo Kleinubing. Ele prometeu para segunda-feira, 19, o pagamento de R$ 6,2 milhões, referentes as cirurgias eletivas feitas no primeiro semestre de 2014. A dívida de R$ 10 milhões, segundo ele, será quitada totalmente até final de fevereiro.
Amigo de Weinert
Vice-prefeito Wilson Pereira (PMDB) diz que, ao contrário do que publicou a coluna na semama passada, jamais vetaria o nome de Leoberto Weinert no diretório do partido, caso o ex-prefeito decidisse concorrer em 2016. “Sou vice-prefeito porque o Leoberto me apoiou”, frisa, garantindo que a preferência sempre será de Weinert. Disse mais: não há conflito algum na base e tudo conduz para a repetição da dobradinha Faria/Pereira em 2016. “Não há nada que prejudique ou desabone essa parceria”, garante.
Diárias sob suspeita
A reeleição de Silvio Kizema (PT) à presidência da Câmara de Major Vieira desencadeou mais uma crise na Casa de Leis. Vereador Neck (PMDB) conseguiu abrir uma CPI para investigar o pagamento de diárias para um grupo de vereadores que, ao invés de estar participando de um curso em Curitiba, para o qual recebeu as diárias, estaria em um programa de rádio em recepção ao deputado federal Décio Lima (PT).
A CPI é represália dos governistas, inconformados de perderem a presidência mais uma vez. E nesta legislatura, não há mais chances. Em Major Vieira o mandato do presidente da Câmara é de dois anos.
RÁPIDAS
6,2%: foi o reajuste salarial aprovado para todo o funcionalismo municipal na primeira sessão extra do ano da Câmara de Canoinhas na terça-feira, 13.
EFEITO: O aumento vale já para o pagamento de 31 de janeiro.
40%: É o comprometimento com a folha de pagamento que a prefeitura de Canoinhas tem.
R$ 2 MILHÕES: É o saldo que o Município têm para começar 2015.
ÚLTIMO ANÚNCIO: Walter Bier Hoechner na Comunicação e Carlos Adauto Virmond Vieira na Secretaria Executiva de Assuntos Internacionais fecham o time de secretários de Colombo para o segundo mandato. As primeiras nomeações nas SDRs saem somente em fevereiro.