Sorvete desenvolvido na UFSC alivia sintomas da quimioterapia

Equipe do Hospital Universitário de Santa Catarina desenvolveu um sorvete que possui alto valor nutritivo, com uma alta densidade energética

 

 

Agora os pacientes na luta contra um câncer ganharam um novo e importante aliado. A nutricionista Paloma Mannes, durante seu trabalho de conclusão de residência no Hospital Universitário de Santa Catarina, desenvolveu um sorvete que alivia o desconforto dos pacientes e ainda é um importante suplemento alimentar.

 

A ideia precisava ser viável economicamente e prática para ser utilizada no dia a dia dos pacientes e funcionários do hospital. Anterior ao desenvolvimento do produto foi realizada uma extensa pesquisa para entender qual alimento atenderia à estes requisitos.

 

Segundo os estudos prévios, pacientes em tratamento possuem desejos por alimentos como sorvetes, sucos e frutas. Sendo assim, a equipe desenvolveu um sorvete que possui alto valor nutritivo, com uma alta densidade energética e uma importante fonte de fibras, mas também havia preocupação com o sabor, visto que muitos pacientes relatam alteração no paladar e falta de apetite.

 

Após a fase de pesquisas foram desenvolvidos três sabores, limão, morango e chocolate, escolhidos por serem mais comercializados tradicionalmente. Os produtos contam com ingredientes diferentes dos sorvetes convencionais como açúcar orgânico, azeite de oliva sem sabor, polidextrose, uma fibra solúvel, e uma proteína isolada do leite.

 

Com o produto em mãos foi realizada uma fase de testes, no qual contava com 30 pacientes que estavam sendo submetidos à quimioterapia e 108 pessoas saudáveis. O sorvete foi finalizado em 2017, porém a fase sensorial levou um ano para ser concluída, nesta etapa os grupos deveriam avaliar o produto com uma nota de 1 a 7, sendo que notas acima de cinco indicariam que o produto era satisfatório.

 

A média de aceitação variou entre 77% a 98%, indicando que o produto possui uma cuidadosa escolha de ingredientes e seu sabor agrada desde os pacientes a quem se destina à pessoas que não sofrem com a doença, demonstrando que por ser um alimento consumido por grande parte da população, o sorvete pode ser adaptado e explorado para funções terapêuticas.

 

Os pacientes que já consomem o produto relatam que o sorvete ajuda a aliviar os incômodos sintomas da quimioterapia, como dores e irritações no sistema digestivo. Além disso, suas propriedades nutricionais evitam que os pacientes percam peso e proporciona uma pequena sensação de prazer durante um momento tão difícil.

 

Fonte: Portal GNDI