“Talvez eu tenha de usar minha balaclava”, diz vereador cogitando manifestos antigoverno em Canoinhas

Cel Mario Erzinger (PL) se disse assustado com a escalada de manifestos no Brasil

 

 

PREOCUPADO

Vereador Cel Mario Erzinger (PL) se disse assustado com a escalada de manifestos no Brasil na sessão desta terça-feira, 2, da Câmara de Canoinhas. Criticou os que saíram protestar no domingo contra o fascismo, segundo ele, “com atitudes fascistas”. Erzinger não viu ou não quis comentar o taco de baseball nas mãos de uma apoiadora do presidente Bolsonaro. Para ele, o presidente é vítima de um sistema em funcionamento há anos. Citou, ainda, uma pessoa que teria ido à frente do povo para ser esfaqueado não dando nome a este herói.

 

 

 

 

 

“Talvez eu tenha de usar balaclava também. Não vamos aceitar isso de maneira muito tranquila”

do vereador Mario Erzinger, explicando como vai reagir se manifestações contra o presidente chegarem a Canoinhas

 

 

 

 

 

 

A PROPÓSITO

Falando em fascismo, um dos ícones do movimento, Benito Mussolini, disse em 1937 (capa do jornal Correio da Manhã) “que o povo precisa estar armado para ser forte”.

 

 

 

Bolsonaro deveria estudar mais para não se deixar reconhecer no facínora italiano quando disse praticamente a mesma coisa na fatídica reunião de 22 de abril.

 

 

 

 

 

AINDA SOBRE

Quando o cel Erzinger afirma que Bolsonaro luta contra um sistema para promover mudanças em um país devastado pela corrupção só tem razão quando fala de que o país foi alvo de ampla e desavergonhada corrupção promovida pelo PT e da qual se serviram fartamente partidos do chamado centrão, hoje também prestigiados por Bolsonaro na tentativa de escapar de eventual processo de impeachment. Até agora não se viu um programa, um plano, uma proposta a longo prazo para melhorar o país. A reforma previdenciária, promovida pelo Congresso, com zero de participação de Bolsonaro, não vale.

 

 

 

Ao falar de “pessoas do bem”, certamente Erzinger se inclui entre elas, mas quem está acima do bem e do mal para definir quem são as pessoas do bem? Vestir a balaclava seria uma forma de selecioná-las?

 

 

 

Bem e mal funcionam na ficção, mas na vida real há várias nuances que precisam ser consideradas. Há muita gente que acha, injustamente, que todos os políticos são do mal, por exemplo, sedentos por dinheiro público. Trata-se de um estereótipo que só se combate com honestidade. Bolsonaro se elegeu sob essa égide, como se isso fosse uma virtude e não pré-requisito, agora os últimos acontecimentos – denúncias contra os filhos e tentativa de controlar a Polícia Federal no Rio de Janeiro para proteger sua família – acentuados pela saída de Sérgio Moro do governo falando que o combate à corrupção ficou em segundo plano, mostram que ele não manteve o discurso da campanha.

 

 

 

 

ALA COVID

Funcionários do Hospital Santa Cruz de Canoinhas (HSCC) escreveram à coluna para esclarecer que apenas os profissionais da Porta de Entrada da Ala Covid irão receber os 30% de bônus concedido pelo prefeito Beto Passos (PSD). “Os outros, que estão na linha de frente do Hospital Santa Cruz e que são funcionários da própria instituição, ficarão a ver navios, sendo que são esses profissionais que ficam 24 com o paciente contaminado, com um risco muito grande de também se contaminarem”, afirmam.

 

 

 

Segundo eles, são diversos funcionários do próprio HSCC que têm trabalhado na “ala covid”.

 

 

 

 

Seguem afirmando que profissionais como motoristas, enfermeiros, técnicos e serventes atuam com roupas não apropriadas. “Temos casos de funcionários que ficam de 6 a 12 horas sem beber água e ir no banheiro pra não descartar as roupas e EPIs. Então por que alguns colaboradores do município vão receber gratificação e de fato, quem está na linha de frente do combate, não vai receber nada?”, questionam.

 

 

 

“Não é só pelo dinheiro e sim reconhecimento! Não é desmerecer o pessoal da prefeitura, mas o mais justo seria todos os funcionários envolvidos com a covid receber essa gratificação. Todos os envolvidos têm família e familiares em risco, e o medo de levar isso pra casa é gigantesco”, seguem.

 

 

 

Encerram o texto afirmando não se identificarem por receio de retaliação.

 

 

 

 

 

GRATIFICAÇÃO

Entrou em tramitação na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 2, a medida provisória (MP) editada na semana passada pelo governador Carlos Moisés da Silva (PSL) com o objetivo de suprir eventuais perdas e incentivar financeiramente os profissionais da rede estadual de saúde que atuam diretamente no enfrentamento à pandemia da covid-19. A MP 228/2020 foi lida no Expediente da sessão ordinária desta terça e segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

 

 

 

O texto da medida estabelece novos valores da Retribuição por Produtividade Médica (RPM) e cria a Gratificação Especial Transitória devida aos servidores que atuam nos setores de Emergência, UTI e no Centro de Operação de Emergências da Saúde (Coes). Conforme a MP, os benefícios entraram em vigor na segunda-feira, dia 1º, e têm validade até 30 de setembro.

 

 

 

 

 

 

AJUDA

As santas casas e hospitais filantrópicos de Santa Catarina que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) irão receber aproximadamente R$ 117 milhões do governo federal para custear despesas extras decorrentes da pandemia do novo coronavírus.

 

 

 

 

 

Nesta segunda-feira, dia 1º, foi publicada a portaria 1.448 autorizando o pagamento de R$ 88,4 milhões para 140 instituições catarinenses. No dia 22 de maio já havia sido liberado R$ 28 milhões.

 

 

 

 

 

 

O auxílio financeiro repassado para os hospitais e santas casas é resultado da Lei 13.995 de 2020, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 5 de maio, e que permite a transferência de R$ 2 bilhões da União para as entidades sem fins lucrativos de todo o Brasil. A Lei é oriunda do projeto (PL 1006/2020) aprovado pelo Senado, com apoio integral do senador Dário Berger (MDB-SC), no dia 31 de março. Ainda não foi divulgado quanto cada hospital receberá.

 

 

 

 

 

 

 

ENSINO DOMICILIAR

Por maioria de votos, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) acatou, na manhã desta terça-feira, 2, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 3/2019, que visa incluir na legislação estadual a previsão da educação domiciliar, modalidade na qual os próprios pais ficam encarregados de prover o ensino dos filhos, que ficam desobrigados de comparecer à escola.

 

 

 

O autor da matéria, deputado Bruno Souza (Novo), argumenta que o homeschooling, como também é conhecido, é adotado em diversos países como uma alternativa à escola tradicional. “Nesse viés, o aluno tem em sua casa uma dedicação singular, com um plano de ensino personalizado, o que determina um maior aproveitamento e desenvolvimento de suas aptidões naturais.”

 

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