A TV Globo deve reavaliar se fará novos debates com a turma da tarja preta, como diz José Simão. Mais uma vez, os nanicos – leia-se Luciana Genro, Levy Fidelix e Eduardo Jorge – mantiveram abertos os olhos do trabalhador que, cansado, acompanhou o debate até às 1h20 da manhã de sexta, 3.
A chatice do blá-blá-blá de Dilma, Aécio e Marina ficou em segundo plano diante do discurso ácido de Luciano Genro, das bizarrices de Levy e do estilo bruto, rústico e sistemático de Eduardo Jorge.
Em geral, todos pareciam ter tomado algo muito forte antes do debate. Estava melhor que festa na laje depois que todo mundo já está bebinho e resolve falar as verdades na cara.
Como fiel da balança um Pastor Everaldo perdido, que por pura falta de competência se aliou a Aécio antes mesmo de ter o veredicto de sua candidatura.
Por mais que pareça senso comum, ao analisar o desempenho dos três mais bem colocados nas pesquisas, fica difícil definir uma escala de competência. Todos parecem iguais, inclusive com as mesmas raízes políticas – Dilma e Marina vêm da esquerda e Aécio da direita. Marina, que parecia um sopro de esperança ao se afastar do PT, jogou no lixo seu programa de governo depois de quatro twittes ameaçadores do Pastor Mala-Faya. Como confiar em uma presidente assim? Para passar a dizer diante de escândalos que não sabia de nada, é um pulo.
Aécio parece um ventríloquo. Só repete frases prontas, que aprendeu em algum curso de oratória intensivo. Só se esqueceu da aula em que se recomenda não levantar o dedo pra ninguém que logo vem a ordem para baixar: #Tunãolevantaodedopramim.”
Levy Fidelix se daria bem se estivéssemos no advento do Nazismo, não em uma sociedade em que as minorias clamam por igualdade diante de tantas atrocidades. Merece mais que o expurgo do eleitor. Merece perder os R$ 6 milhões que arranca de nossos bolsos anualmente para pagar as despesas do partido que até hoje só conseguiu eleger um deputado federal. Como diz Dráuzio Varela: “Se você está preocupado com quem dorme ou deixa de dormir na cama do teu vizinho, procura um psiquiatra porque você não tá legal cara.”
Sobram dois candidatos, que passam longe do favoritismo, mas que mantiveram a atenção do espectador no debate de quinta. Luciana Genro teve coragem de intimar a própria Globo, cuspindo no chão do anfitrião em uma afronta que nos meus poucos anos vividos jamais vi alguém fazer. Eduardo intimou Levy e colocou fogo no debate logo de cara. Os dois podem não ser as melhores opções, mas ao menos parecem mais próximos da verdade. Para provocadores, ganhariam meu voto.