Três anos depois, Polícia Civil conclui inquérito de cabeleireira assassinada

Quatro homens foram indiciados, incluindo dois menores de idade; Ministério Público já denunciou os quatro, dois deles estão presos                                   

 

No dia 12 de novembro deste ano, completou-se três anos do assassinato da cabeleireira Miriam Dufeck, 27 anos, no bairro Argentina, em Três Barras. Trata-se de um dos crimes mais chocantes e ousados já registrados na região. Em plena luz do dia, por volta das 15h, quatro bandidos entraram na casa, sufocaram e estrangularam a cabeleireira. Nenhum dos vizinhos disse ter visto nada.

 

 

Na semana passada, a Polícia Civil concluiu o inquérito com base em três testemunhos chave, três pessoas que viram o vídeo gravado no local do crime no qual aparecem os quatro assassinando a cabeleireira. O vídeo não foi recuperado, mas foi baseado nesses depoimentos que voltou para a cadeia Johnatan Bueno, vizinho dos pais da vítima. Segundo o inquérito, sua mãe, amiga da família, teria ouvido dos pais de Miriam que ela guardava uma quantia em dinheiro em casa. Ao comentar a respeito perto do filho, Johnatan contatou Robson Martins e outros dois menores de idade e os quatro combinaram de invadir a casa de Miriam quando ela estivesse ausente e procurar o dinheiro. Ocorreu que Miriam, que de fato tinha se ausentado, voltou logo em seguida para casa e flagrou os quatro procurando o dinheiro. Para calá-la eles a sufocaram e estrangularam.

 

 

CONCLUSÕES

Essa versão já havia sido defendida pelo ex-delegado de Canoinhas, Wagner Meirelles, que chegou a prender Johnatan e Robson. Os dois foram soltos, no entanto, porque a Justiça entendeu que as provas eram insuficientes. Os dois menores de idade acusados de envolvimento no assassinato foram liberados uma semana antes.

 

 

A juíza criminal à época, Gisele Ribeiro, se baseou em laudos periciais que não apontaram a culpabilidade dos detidos. O Instituto Geral de Perícias (IGP) de Canoinhas concluiu que não havia material genético de três dos quatro suspeitos presos um mês depois do crime. O quarto suspeito, um dos menores com 17 anos de idade, não teve material genético colhido para comparação com o DNA encontrado na bituca de cigarro.

 

 

Meirelles ouviu 39 pessoas no inquérito policial. Sua última esperança era a possibilidade de a Justiça autorizar a coleta de material genético do menor de idade suspeito. O material genético seria comparado com o encontrado em uma bituca de cigarro, abandonada no local do crime. Dos moradores da casa, ninguém fumava.

 

 

A autorização para o exame de DNA no menor de idade não foi dada por seus pais.

 

 

DETIDOS

Robson Martins já cumpre pena desde outubro de 2015 por estupro. Johnatan foi preso na semana passada e encaminhado para a Unidade Prisional Avançada (UPA). Os menores devem cumprir medida socieducativa, mas isso só ocorrerá por determinação judicial.

 

 

O Ministério Público já denunciou os maiores de idade e cabe, agora, ao juiz criminal concluir a sentença. “Apesar de ter ocorrido em 2014, nunca desistimos desse caso”, frisa o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas, Flavio Lima e Silva Junior.

 

 

 

LEIA REPORTAGEM ESPECIAL FEITA 70 DIAS DEPOIS DO CRIME

Rolar para cima