A um ano das eleições, pré-candidatos já estão na estrada

Em Santa Catarina, fim da polialiança partidária é dado como certo                             

 

Estamos a exatamente um ano da eleição de 2018, talvez, a mais importante de nossa história desde a redemocratização. Estarão em jogo a tão propalada renovação, a luta cada vez mais acirrada entre políticos tradicionais, populistas e outsiders, além do futuro da limpeza ética que a operação Lava Jato implementou no País. Se elegermos os mesmos larápios de sempre, será a morte da operação.

 

     Se a eleição fosse hoje teríamos Lula (PT), Jair Bolsonaro (PSC), Geraldo Alckmin ou João Doria (PSDB) e Marina Silva (Rede), com certeza, na disputa pela Presidência. O fato de, segundo a última pesquisa Datafolha, Lula liderar a intenção de voto, é estapafúrdio. O eleitor fala em moralização da política e declara, na sua maioria, voto a um condenado por corrupção. Como pode? É assustador.

 

      No cenário estadual, menos desmoralizado, Mauro Mariani (PMDB) – que inclusive estará amanhã em Canoinhas -, Gelson Merisio (PSD) e Paulo Bauer (PSDB) estariam na disputa. Se os candidatos representam a velha política, pelo menos a imbatível polialiança, que elegia quem bem entendia, se desfez. Merisio será o candidato de Raimundo Colombo, que depois de se esbaldar no apoio do PMDB decidiu que é hora de o PSD seguir carreira solo.

 

     Na disputa regional, teremos candidatos a deputado estadual e federal se batendo para entender como repercutirá nos seus desempenhos o fim das coligações, aprovada nesta semana no Congresso. Apenas com apoio de seus partidos e com a obrigação de alcançarem o coeficiente eleitoral, tudo tem de ser muito bem pensado. Os pretendentes têm exatamente um ano para isso.

 

 

A PROPÓSITO: Senador Paulo Bauer não está preocupado com a imagem que construirá no imaginário catarinense ao defender com tanta ênfase o enrascado colega Aécio Neves. O senador tucano foi flagrado mendigando R$ 2 milhões aos presidiários Batista, da JBS, mas para Bauer o que importa é que a Constituição está sendo “desrespeitada” porque o Supremo mandou Neves não sair de casa à noite nem dar as caras no Congresso.

 

 

Terra de ninguém

Vez ou outra o assunto volta à tona sem nenhuma providência prática. Há empresas que receberam cessão de uso de terrenos do Município com a condição de gerarem empregos. Algumas funcionaram por determinado tempo, mas venderam o patrimônio com o terreno junto (vide o caso da empresa Fuck, que recebeu terreno da prefeitura na década de 1960, agora em fase de leilão), outras sequer funcionam. Caso emblemático é o de um terreno cedido à Sicol na estrada do Parado.

 

Pois bem, o assunto voltou ao debate na Câmara nesta semana. Paulo Glinski (PSD) falou sobre a possível venda de uma área cedida pelo município para a Associated Tabbaco Company Brasil (ATC). A área foi cedida em 2004 e até uma rua foi fechada para comportar a empresa. A grande questão agora é como a Tabbaco vai vender o patrimônio excluindo o terreno que de fato não é seu.

 

A Câmara pediu explicações por meio de requerimento.

 

 

“Lavei minha cara e fui ser a voz dos estudantes”

da vereadora Camila Lima (PMDB), relatando como foi ao gabinete do prefeito Beto Passos (PSD) pedir pela aprovação da lei de auxílio para universitários

 

 

PESO POLÍTICO

Ninguém quis ficar de fora da foto de inauguração do primeiro trecho de asfalto da rua Bernardo Olsen, no Alto da Tijuca. O ato foi prestigiado pelo deputado federal Jorginho Melo (PR), que destinou emenda que financiou a obra, iniciada em período eleitoral no ano passado e só agora concluída. A obra foi entregue na quinta-feira, 28.

 

 

Sem trégua

O bate-boca entre Paulo Glinski (PSD) e Camila Lima (PMDB) na Câmara já bateu na porta do gabinete do prefeito. Se por um lado, Passos veta sem dó o que vem da oposição – nesta semana vetou projeto de lei que autorizava a prefeitura a transmitir licitações pela internet – por outro, Camila não pretende deixar barato. Na segunda fez duras críticas a Passos. “Acumula gastos fúteis e criou um aglomerado de cargos”, acusou. Ainda criticou suas postagens e a de servidores municipais nas redes sociais em horário de expediente.

 

 

A PROPÓSITO: Passos alegou vício de origem para vetar o projeto que  autorizava o Município a transmitir as licitações pela internet. Segundo Camila não precisava porque a lei o autorizava e não o obrigava a cumpri-la.

 

 

NA CAPITAL: Presidente da Apae de Major Vieira, Sílvio Kizema, e o vereador Agostinho Barrankievicz (PP), no gabinete do deputado estadual Antonio Aguiar (PMDB) nesta semana. Eles fizeram uma série de pleitos para a Apae.

 

 

A morte do reitor

O trágico fim do reitor da Universidade Federal de SC (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, chama toda a sociedade para a reflexão. Os parentes e amigos, que não atentaram para os sinais de depressão que merecia tratamento médico; a imprensa, que em muitos momentos não teve o cuidado de frisar que ele era somente suspeito; as autoridades, que talvez atropelaram o processo; e os delatores, que talvez não tenham considerado alternativas que não colocassem a própria UFSC exposta de maneira negativa. Porém, uma coisa é certa, toda denúncia deve ser investigada.

 

 

RÁPIDAS

PRESTÍGIO: Márcio Schieffler Fontes, que atuou por dois anos como juiz em Canoinhas, será empossado no Conselho Nacional de Justiça na terça-feira, 10.

 

FUNDAM: deputado Mauricio Eskudlark (PR) criticou Raimundo Colombo por distribuir R$ 700 milhões para novos investimentos enquanto deve o mesmo valor para a saúde.

 

NA IDADE MÉDIA: o Caic, uma das maiores escolas de Três Barras, não tem biblioteca. O Sesi faz promoção cultural amanhã cujo ingresso é um livro. As obras arrecadadas serão doadas à escola.

 

ARMADOS: o Senado aprovou nesta semana lei que autoriza o porte de arma a guardas municipais. Em Canoinhas quatro atuam no trânsito.

 

DINHEIRO PÚBLICO: Paulo Bauer (PSDB) votou a favor do Fundo Eleitoral bilionário. Dalírio Beber (PSDB) e Dario Berger (PMDB), contra.

 

282%: foi quanto aumentou a população de catarinenses com mais de 100 anos entre 2000 e 2017.

 

116,6%: é a mesma taxa no cenário nacional, segundo o IBGE.

 

 

PERGUNTA PERTINENTE:

Sem coligações em 2018, quem tem chance de se eleger pelo PMDB regional?

 

 

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