UnC demite professor e causa revolta em alunos

Carta protocolada com 45 assinaturas e petição online pede volta do professor                                                              

A Universidade do Contestado (UnC) causou revolta nos acadêmicos de Optometria ao demitir o professor José Luis Muñoz Escobar nesta semana. Segundo os acadêmicos, que fizeram uma carta à reitoria assinada por 45 alunos e um abaixo-assinado online, Escobar era um dos professores mais competentes do curso e que sua saída prejudica o ensino.

Segundo a acadêmica Jully Aiecha Dallar Melino, a UnC alega que não pode pagar o aumento salarial solicitado pelo professor, que teve perda salarial por causa do rompimento do convênio com a Universidade de San Martin, da Colômbia, que garantia salário maior aos professores colombianos, vindos para Canoinhas por intermédio do convênio. “Qualquer funcionário tem o direito de pedir aumento, ainda mais quem é bom como ele”, afirmou.

Os acadêmicos reclamam que a Clínica de Optometria estava sendo coordenada por uma enfermeira, que também é professora da UnC, quando Escobar chegou para coordenar a clínica. “Por todas as melhorias que ele fez na clínica e pelo aprendizado que ele passou aos alunos, ele precisa continuar sob risco de o curso acabar, porque só temos mais um professor com capacidade para dar nível de excelência ao curso da UnC”, afirma. Ela relata que professor recentemente contratado para o curso ensinou os alunos coisas equivocadas, o que foi constatado quando eles consultaram os livros.

Ainda de acordo com a acadêmica, é preciso considerar que os professores colombianos precisam morar em Canoinhas. “Temos professores brasileiros que não têm a mesma base que eles”, garante. Há outros dois professores colombianos no curso, um deles está afastado. Os acadêmicos temem que em solidariedade a Escobar os outros dois vão embora.

Os acadêmicos reclamam também da recém-contratação de uma tecnóloga como professora do curso. Ainda de acordo com eles, a tecnóloga está aprendendo com os alunos. Lembram, ainda, que os professores colombianos têm capacitação de excelência na área, capacitação ainda não alcançada por professores brasileiros. “A gente quer base científica, o que os professores brasileiros não têm”, afirmam.

 

 

CONTRAPONTO

O diretor do campus Canoinhas da UnC, Luiz Alberto Brandes, disse que 45 alunos reivindicando a volta do professor diante de um grupo de mais de 200 alunos de Optometria é um grupo pequeno e que a decisão de demitir o professor foi estratégica.

A petição online tinha 86 assinaturas até às 13h deste sábado, 10.

Brandes e o presidente da Fundação UnC, Ismael Carvalho, se reuniram com os acadêmicos na tarde desta sexta-feira, 9, e, segundo Brandes, repassaram informações técnicas aos acadêmicos. Ele afirma que não foi a questão salarial que pesou para a demissão de Escobar. “O professor não tem nada que o desabone. Por toda a contribuição que ele deu para a UnC só temos a agradecer. Houve uma pressão da sociedade para que o curso voltasse e diante disso tivemos de reposicionar o curso. Temos a prerrogativa de demitir e contratar. A decisão é do campus (Canoinhas) e não envolve a reitoria”, declarou

Sobre uma tecnóloga estar lecionando no curso, Brandes diz que o tecnólogo é considerado curso superior pelo Ministério da Educação.

 

Rolar para cima