Adilson Litczcoski não começou bem, mas ganhou vantagem ao confrontar adversária
ALTOS E BAIXOS
Por mais que tenham três candidatos, a disputa pela prefeitura de Major Vieira parece estar polarizada entre o ex-vice-prefeito Adilson Litczcoski e a neófita Aline Ruthes (PSDB). Foi a impressão que teve quem acompanhou o debate desta sexta-feira, 30, promovido pelo JMais com apoio da Acic e OAB.
Hélio Schroeder (MDB) assumiu uma posição de atirar para ambos os lados e merece uma análise a parte.
Aline demonstrou muito mais desenvoltura ao falar nos três primeiros blocos. Salvo um esquecimento que a impediu de completar uma frase, soube concluir suas explanações com visível vantagem em relação a seus oponentes. Schroeder se saiu bem quando abordou a agricultura, tema que ele conhece por ter comandado a pasta e Adilson usou sua arma principal, a simplicidade, para causar empatia no eleitor. Pelos comentários na transmissão, deu certo. Muitos viam em Adilson o “simples” contra o “rico”, encarnado em Aline.
A vantagem de Aline foi abalada no confronto direto, de longe o bloco mais quente do debate. Adilson preparou uma arapuca a adversária quando a questionou sobre a autoria do seu plano de governo. Aline respondeu o que se esperava, que o plano foi construído em parceria com as forças ativas dos respectivos setores. O choque veio com a apresentação de um plano de governo da cidade de Vitória da Conquista (BA) que, segundo Adilson, é idêntico ao da candidata. Aline ironizou o adversário, mas não escondeu a irritação. Aos olhos de um público que prima pela execução sumária, ela já estava culpada por plágio.
A coluna avaliou os sete planos de governo dos candidatos a prefeito da cidade de Vitória da Conquista e comparou com o plano de Aline. De modo embaralhado, há sim trechos do plano de governo do candidato pelo PSL conquistense, Cabo Herling. Basicamente o que se assemelha são eixos temáticos de gestão, há frase copiadas com palavras alteradas, porém, há muitas propostas que só poderiam ser escritas pela candidata como, por exemplo, “Adequar instalações para uma UTI no Hospital São Lucas” no eixo saúde.
Aline, que se disse certa de que estava sendo caluniada, poderia virar o jogo ao instar o candidato a apresentar onde haveria plágio. Optou por uma atitude defensiva que corroborou aos olhos de muitos a acusação de Adilson e dali em diante se desestabilizou, fazendo com que Adilson crescesse no debate.
Com ambos deixando claro quem era seus alvos, Schroeder, que fez uma boa explanação de seu plano de governo no primeiro bloco, correu atrás do prejuízo tentando desestabilizar os dois adversários, mas sem muito sucesso.
A análise aqui, claro, não é uma sentença e até a eleição pode ser que o grande público (mais de 3,5 mil pessoas simultaneamente, mais o público que vai assistir a gravação do debate – clique aqui para assistir) esqueça o que foi dito nesta sexta, mas, me parece, a polarização extrapola os discursos e opõe o “simples e carismático” representado por Adilson e em menor escala por Hélio contra uma postura mais instruída e aparentemente técnica representada por Aline. A conferir no dia 15 de novembro.
OPACO
Quem esperava que Orildo Severgnini (MDB) fosse figura onipresente no debate, se frustrou. O prefeito que está preso foi citado duas vezes, as duas provocadas por meio das perguntas da produção e do público. Aline não citou Orildo, enquanto que os outros dois candidatos, instados pelas perguntas, demonstraram estarem em campos opostos na questão. Adilson disse que Orildo está no lugar onde deve estar enquanto que Hélio disse que acha que Orildo está sendo injustiçado.
JOGO DE CENA
Ao deixar o estúdio, Hélio bateu nas costas de Adilson dizendo que embora tenha sido duro em questionamentos durante o debate, ambos são amigos.
CSI
A descoberta do plano de Vitória da Conquista se deve à astúcia do assessor de Adilson, Nilson Souza, que já presidiu o PT em Canoinhas. Ele disse que estranhou frases do programa de Aline e jogou em um programa farejador que encontrou o plano conquistense na internet.
TÚNEL DO TEMPO
Nas eleições de 2012 um dos candidatos a prefeito de Major Vieira não só plagiou o plano de governo de candidato de outra cidade como ainda deixou no texto um trecho que citava “melhorarias para Cascavel”.
NÃO FICA POR ISSO
O mesmo Nilson Souza que detectou as semelhanças do texto de Aline com o pesselista de Vitória da Conquista vasculhou documentos das secretarias de Major Vieira e encontrou vários “copia e cola”. Em um deles Major Vieira é citada como Bento Gonçalves, cidade de 121 mil habitantes, uma das maiores do Rio Grande do Sul.
TEXTO E IMAGEM

Ainda falando em “copia e cola”, o que dizer da bandeira de Bela Vista do Toldo, que exibe uma linda cabana indígena. Embora a região tenha sido habitada por índios Kaingang e Xokleng, não há registro nenhum de que ambos tenham construído cabanas ao estilo sioux do índio norte-americano. As cabanas que aqui existiam, conforme pesquisa liderada pela Universidade Federal de Santa Catarina, eram subterrâneas e passavam longe das cabanas dos sioux.
PELAS REDES
Beto Passos (PSD) segue apostando em depoimentos de apoiadores anônimos e outros ilustres como o de seu coordenador de campanha e vereador Paulo Glinski (PSD). Depois de três mandatos consecutivos, Glinski optou por não concorrer a reeleição para coordenar a campanha de Passos. “É com gratidão que recebo o apoio do advogado Dr. Paulo Glinski. Homem honrado e que inspira a todos nós com sua experiência de vida. Muito obrigado!”, postou Passos.
Na mesma linha, Norma Pereira (PSDB) postou vídeo do ex-prefeito de Canoinhas, Leoberto Weinert (MDB) apoiando sua candidatura. “O ex-prefeito de Canoinhas, Leoberto Weinert já deu seu voto de confiança para a nossa candidatura. E nós teremos o apoio dele também durante a gestão. Ele é um grande exemplo para nós e estamos muito felizes com esta parceria. Obrigada!!!”, postou Norma.
Já Ivan Krauss (PRTB) criou um quadro na sua página no Facebook chamada Responde Aí. “Ouça com muita atenção como o Candidato Dr. Ivan Krauss, aborda esse tema – e vai trazer muita AGILIDADE e JUSTIÇA para a classe do funcionalismo público. Funcionários ruins; existem em toda parte. O que o Dr. Ivan Krauss e a Professora Patrícia querem, é que cada um deles consigam RENDER NAS FUNÇÕES para as quais foram admitidos através de EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO; e permitir através da LEI que eles tenham chance de progredir na sua carreira de aprovado.”
PASSOU POR AQUI
A desembargadora Rosane Portella Wolff, que foi sorteada para ser a relatora do Tribunal Especial de Julgamento referente ao segundo pedido de impeachment contra o governador afastado Carlos Moisés da Silva (PSL) no caso dos respiradores e do hospital de campanha de Itajaí, trabalhou por anos em Canoinhas. O sorteio ocorreu na manhã desta sexta-feira, 30, na sessão de instalação do tribunal, realizada no plenário da Assembleia Legislativa.