Vereadores criticam decisão da prefeitura em reduzir expediente na secretaria de Obras

Considerando a manifestação da maioria dos vereadores durante a sessão ordinária de segunda-feira, 19, o prefeito canoinhense Beto Faria (PMDB) está dando um tiro no próprio pé ao também autorizar turno único de trabalho na secretaria municipal de Obras.

Com exceção dos serviços essenciais nas áreas de Saúde e Educação, que continuam em sendo prestados em período integral, o expediente nos demais setores públicos municipais está ocorrendo das 07h30 às 13h30.

Vereadores falaram que a situação de ruas da cidade e estradas rurais já é precária e tende a se agravar com o expediente reduzido. Repudiaram a decisão, argumentando que fora o volume de chuvas registrado nas duas últimas semanas, a previsão climática para os próximos dois meses não é nada animadora. Fato esse, segundo eles, que deve acumular estragos e problemas em diversos pontos do município.

Para o presidente da Câmara, vereador Gilmar Martins, o Gil Baiano (PSDB), o início do turno único a partir desta semana significa que o “sofrimento do povo parece ser mesmo eterno”. Ainda de acordo com o vereador, se nem com o expediente normal a secretaria de Obras conseguiu dar conta da demanda, é pouco provável que isso ocorra no período em que durar o horário diferenciado.

João Grein (PT) também soltou o verbo contra a decisão da municipalidade. “Temos de encarar de frente esse problema da manutenção e conservação de ruas e estradas. E essa responsabilidade é nossa (vereadores) também”, alertou o vereador, ao lembrar que a pressão deve partir da Câmara.

Disse ainda que ao invés de reduzir expediente, a prefeitura deveria buscar recursos para pagar horas extras aos funcionários do setor de Obras. Para ele, só com o prolongamento do turno será possível deixar as vias públicas da cidade e do interior em condições de tráfego. Requerimento de sua autoria e que traz a proposta está sendo encaminhado ao prefeito municipal.

Neno Pangratz (PP) falou que é um absurdo, por exemplo, as máquinas chegarem na metade da manhã e já ter de retornar ao meio dia à garagem da prefeitura. “Como explicar isso aos colonos, tendo no mínimo mais sete ou oito horas de sol e dia claro”, questionou ao afirmar que a medida deveria ser ao contrário. “Nem que fosse parte do pessoal e do maquinário, mas teriam que começar as oito e trabalhar até às oito da noite”, disparou.

Paulo Glinski (PSD) classificou a redução no expediente como “inaceitável” e que a impressão que se passa é que o município quer economizar diminuindo apenas os gastos com óleo diesel do maquinário. “Mas é um gasto necessário, até porque desconheço que a prefeitura tenha alguma patrola elétrica, movida a luz solar ou eólica”, criticou, ao citar que o território do município é grande e precisa de constante conservação por parte de pessoal e máquinas.

Ao afirmar que o município está trabalhando na contramão do Estado – que elevou o expediente de seis para oito horas em grande parte de suas repartições públicas – Glinski adiantou que quer informações a cerca da economia gerada pela redução de expediente nos últimos dois anos.

No requerimento de sua autoria e que é direcionado ao prefeito municipal, o vereador busca saber detalhadamente os valores economizados em cada secretaria e setores ligados à prefeitura municipal. Demais vereadores também assinaram o documento.

Além do encaminhamento dos requerimentos, os vereadores também devem participar de agenda com o prefeito Beto Faria (PMDB), visando convencê-lo a reverter à decisão.

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