Para eles, governador em exercício fala sobre o que desconhece; mobilização foi marcada para o próximo sábado
Vereadores de Canoinhas reagiram à entrevista concedida pelo governador em exercício de Canoinhas, Eduardo Pinho Moreira (MDB) nesta segunda-feira, 26. No mesmo dia, durante a sessão ordinária da Câmara, com a voz embargada, a vereadora Norma Pereira (PSDB) lamentou a entrevista. “Falando em aluguel, despesa com veículo… vejam só, na Gersa (Gerência de Saúde) são 19 funcionários concursados – quatro irão pra Mafra, um para Florianópolis e os demais ficarão a disposição do Município. Até aí tudo bem, ótimo para Canoinhas, que terá 15 servidores remunerados pelo Estado e prestando serviços aqui. E como ficarão os outros seis Municípios atendidos pela Gersa? E Canoinhas, que perde todo esse movimento? Não está se pensando em um monte de coisas. Quanto cargos Mafra terá de criar para funcionar o que funcionava aqui?”. Ela corrigiu o governador em relação a locação do prédio onde funciona a Gersa. “O prédio é próprio”, afirmou.
Vereador Wilmar Sudoski (PSD) lembrou que esses servidores efetivos que serão cedidos ao Município, ao longo do tempo, se aposentarão e não serão substituídos. “O governador diz na entrevista que o Município vai atender as pessoas, mas então que os recursos de impostos que fiquem aqui. É muito simples empurrar para o Município o que é dever do Estado e da União”, protestou.
Norma voltou a criticar a retirada de documentos e materiais da Gerência de Saúde de maneira sorrateira na quinta-feira, 22. “Levaram todos os nosso projetos. Desse jeito fica fácil a cidade crescer, roubando projetos dos outros”, disse indignada. “Não tem como não chorar, a razão da gente se esvai. Se fosse em Mafra que fôssemos surrupiar um projeto deles, levar documentos sem um inventário, nem nada, tenho certeza de que eles ficariam indignados. Agora, quem tem de defender o que é nosso é a população”, afirma.
Camila Lima (MDB) lembrou que o deputado estadual Antonio Aguiar (PSD) estava na cidade e não foi até a Gersa pedir pela permanência da Gerência em Canoinhas. “Ele não nos representa, ele é um peso morto em Canoinhas. Espero que o povo não o reeleja”, afirmou dizendo que o deputado poderia influenciar na decisão do governo do Estado.
Célio Galeski (PR) lembrou que o governador Raimundo Colombo (PSD) não vinha há quatro anos para Canoinhas, e só apareceu para um evento político. Criticou o fato de Colombo ter dito não saber do fechamento da Gersa Canoinhas. “Não sei se ele tem mais discurso, pelo menos para Canoinhas não tem mais”, afirmou. Sobre a entrevista de Pinho, afirmou: “Se alguém trabalha contra a saúde e educação do povo, que abandone a política”.
Chico Mineiro (PR) disse que o governador estava tão perdido na entrevista “que não sabia quantos funcionários tinha na Gersa e nem sabia que o prédio não era alugado”. “Tentou explicar o inexplicável”, concluiu.
MOBILIZAÇÃO
Uma mobilização popular está sendo programada para este sábado, 31. Às 10 horas haverá concentração em frente à Farmácia Vital, no centro da cidade. Depois, os presentes devem passar pelas principais ruas do Município exigindo a reabertura da Gersa. A mobilização está sendo organizada pelas redes sociais.