Eles pedem que representante esclareça alguns pontos da administração
O funcionamento do campus Canoinhas da Universidade do Contestado (UnC) foi trazido à sessão desta terça-feira, 25, na Câmara de Vereadores, pelo vereador Coronel Mário Erzinger (PR), que, através de requerimento assinado por todos os demais vereadores, envia ofício ao diretor Luiz Alberto Brandes, pedindo informações sobre a data de transferência dos cursos do Centro para Marcílio Dias; se a estrutura comportará a demanda; se a administração também será transferida; quantos alunos ingressaram na UnC campus Canoinhas neste e nos últimos três anos; quantos cursos de especialização latu sensu a UnC já ofereceu e se a Universidade sabe quantos ônibus trazem alunos de outros municípios para estudarem no campus Canoinhas.
Citando informações que chegaram de modo não oficial, Coronel Mário demonstrou preocupação e necessidade de averiguar estes fatos, já que a instituição tem grande importância histórica, cultural e econômica. Mário mencionou a diminuição do número de cursos e falou sobre a possibilidade de transferir os existentes para o campus de Marcílio Dias, o que, segundo a vereadora Telma Bley (PMDB) complicaria ainda mais a situação. Ela, aliás, citou a falta de locais para alimentação e de uma logística segura para o deslocamento até lá, uma vez que falta nas vias sinalização e lombadas eletrônicas.
Erzinger também pediu que se lute para que a reitoria retorne para Canoinhas e disse que o requerimento vem para fortalecer. “Não estamos aqui para uma caça às bruxas, mas no sentido de melhorar nossa UnC”, disse. Camila Lima (PMDB) lembrou de outra informação cuja veracidade precisa ser verificada: a transferência do curso de optometria, carro chefe do campus Canoinhas, para Mafra. A vereadora, que é aluna da instituição, também reclamou da dificuldade de acesso à reitoria. Aliás, no tocante a empecilhos, Telma Bley citou o valor alto das mensalidades e atribuiu o retrocesso a possíveis problemas de gestão e de remuneração dos professores e funcionários.
Lembrando que, apesar de ser tida como uma instituição privada, a UnC contou com participação da sociedade civil organizada e do município, através, inclusive, da Câmara, Paulo Glinski sugeriu um resgate desde a época da Funploc, e de quando as deliberações da Universidade do Contestado precisavam passar pelo aval das Câmaras dos municípios de que faz parte. “Para lembrarmos que a UnC tem sua autonomia administrativa, mas para chegar onde chegou, houve efetiva participação da sociedade civil organizada e do Município”, disse.
Concordando com os argumentos do colega, Norma Pereira (PSDB) lembrou que entre 1996 e 2004 representantes da UnC vinham a esta Casa para prestar contas, “porque tinha uma personalidade jurídica, por ser público-privado.” Ela deseja saber em que momento e por qual motivo isso deixou de acontecer.
O presidente da Casa, Wilmar Sudoski (PSD), também frisou que o poder público investiu no campus. De acordo com ele, “esta Casa de Leis está aberta para representantes da Universidade. Precisamos saber os motivos da desativação dos cursos. Alguém pode vir usar a Tribuna para que tenhamos conhecimento das dificuldades para sabermos o que fazer”, disse.
Zenici Dreher (PR), por sua vez, ponderou que talvez seja interessante dar foco às instituições públicas de ensino superior presentes em Canoinhas. Ela lembrou também da falta de um transporte gratuito ou mais em conta para estudantes na cidade.
Ao fim da discussão, o autor do requerimento contou que já conversou com Ismael Carvalho, que é presidente do Conselho Curador, que se propôs a utilizar a Tribuna assim que os dados solicitados cheguem às mãos dos vereadores.