Violência doméstica na região de União da Vitória vira tema de reportagem especial

Da Assessoria

 

Há dois anos o projeto MARIAS era sugestão de pauta em uma disciplina de faculdade. Na época a acadêmica de Jornalismo do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), Bruna Kobus, estudava um assunto para elaborar seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “Percebi então que o tema violência doméstica estava ficando enferrujado no debate ao passo que as ocorrências cresciam em ritmo acelerado na cidade”, conta Bruna.

A estudante começou a analisar os casos que chegavam à redação do jornal O Comércio, onde trabalha até hoje, e foi quando se deparou com um ranking das cidades mais violentas do Brasil. No Mapa da Violência de 2012 União da Vitória apareceu em 46º lugar, o que representava estar entre as 50 cidades que mais cometem feminicídos em todo o País. Depois de se deparar com os números ela decidiu entrar numa longa jornada para entender o assunto. “Eu me colocava no lugar das vítimas, me questiona o motivo que maridos e namorados agrediam suas companheiras. Tentei entender o porquê muitas tem medo de denunciar mesmo apanhando todos os dias e, principalmente,  tentar encontrar uma explicação para a falta de atenção do Poder Público com isso. Os casos são recorrentes, os números são preocupantes e nada é feito para combater”, dispara.

A ideia acadêmica começou tímida e logo ganhou parceiros, os veículos de comunicação do Grupo Verde Vale e Girafa Comunicação Interativa se juntaram e começaram a trabalhar com a estudante. O modelo escolhido é inovador. MARIAS é uma grande reportagem multimídia, que converge estilos de texto, áudio, vídeo e infográfico em uma única plataforma. O site também explora diversos hiperlinks que levam o leitor navegar em outros lugares, mas, ainda dentro do mesmo tema. “São conteúdos interdependentes, não há linearidade na leitura, o que foge à regra das reportagens tradicionais. Essa é a grande sacada da internet, a possibilidade da mudança constante e de criar novos estilos de leitura em um meio que ainda não há padrões fixados.”

O objetivo do trabalho sempre foi inserir um tema denso em um meio onde não há limite para a expressão de opiniões. “É na internet que a pessoa se revela, ela diz coisas que não diria em uma roda de amigos, então quis levar para o mundo virtual essa pauta. Pois é lá que enxergamos o preconceito e a discriminação sem filtro e também é lá que encontramos muitas sugestões para as mudanças de algumas realidades”, comenta a estudante que alerta: a violência doméstica vem acompanhada de outros problemas sociais. “Na maioria dos casos o alcoolismo estava relacionado”, completa.

 

O QUE MARIAS RESERVA?

No site lançado hoje no Portal Vvale há entrevistas com vítimas, especialistas, feministas e representantes do Poder Público. Todas as fontes são de União da Vitória e retratam o cenário da violência doméstica no espaço local.

MARIAS coloca dados para debate, histórias para reflexões e questionamentos sobre o que cada setor da sociedade está fazendo para que a Lei Maria da Penha seja efetivamente colocada em prática, que os agressores sejam punidos e, principalmente, como diminuir os números no Mapa da Violência.

Para acessar entre no link vvale.com.br/marias. Mais informações na página facebook.com.br/mariasprojeto.

 

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