Projeto passou em segunda votação em sessão extraordinária convocada pelo prefeito e articulada com situação
É POSSÍVEL ANULAR A OPOSIÇÃO?
A resposta a essa pergunta, se depender de Beto Passos (PSD) parece ter uma resposta bem clara: quando se tem a maioria na Câmara de Vereadores, sim! Foi o que ele tentou fazer (e em partes conseguiu) ao convocar a sessão extraordinária desta quinta-feira, 20, na qual foi aprovado em segunda votação o aumento da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip) em Canoinhas.
Pela manhã, Passos chamou os vereadores governistas e articulou com eles a aprovação do projeto. Aos governistas explicou todas as implicações do projeto. Esse expediente, de convocar extraordinárias para aprovar projetos polêmicos é prática antiga e por várias vezes chegou a passar batido pelas barbas da imprensa, quem dirá do povo.
Acontece que os tempos são outros e as redes sociais que elegeram presidente e governador neste ano estão atentas. Como rastilho de pólvora se espalhou a convocação, criticada às dezenas de comentários nas redes sociais. Paulinho Basilio (MDB) contribuiu bastante para isso e surfou na onda da oposição com uma plateia de pelo menos 30 descontentes com o aumento da taxa.
Ocorre que por menor que seja a oposição, plateia favorável às suas ideias é barraco na certa. Não deu outra. Teve troca de farpas entre Camila Lima (MDB) e Wilmar Sudoski (PSD), Paulinho peitando o secretário Paulo Machado, que estava na plateia, e quando Célio Galeski (PR) ousou defender o projeto, ouviu risos irônicos.
Os conflitos poderiam ter sido evitados se Passos tivesse articulação política. Sudoski é seu líder na Câmara, mas como sempre, Passos faz o que quer. Faltou alguém para lembrá-lo que roupa suja se lava em casa, no caso, em gabinete. Ele deveria ter chamado os opositores, explicado o projeto e ter pedido apoio. Não seria nenhum desastre reduzir as taxas depois de um debate mais claro. Reconhecer que a oposição pode não lhe despertar simpatia, mas que tem votos tanto quanto ele.
Se apenas 30 pessoas foram à Câmara, milhares estão acompanhando o caso pelas redes sociais e não há obrigação de assistir as sessões pessoalmente para se votar em 2020.